Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) – As autoridades do banco central do Japão permaneceram inabaláveis em sua determinação de manter o estímulo monetário maciço, mesmo após alguns notarem sinais de mudança no ambiente de inflação baixa do país, mostrou a ata de sua reunião de política monetária de março, divulgada nesta segunda-feira.
Vários membros da diretoria de nove membros do banco central disseram que algumas grandes empresas estavam aumentando os salários e que as empresas estavam repassando com mais entusiasmo os custos crescentes das matérias-primas para as famílias, o que poderia pressionar a inflação ao consumidor, mostrou a ata.
Os preços ao consumidor do Japão subiram mais rapidamente entre as principais economias avançadas durante o ciclo inflacionário global na década de 1970, o que significa que sempre há uma chance de a inflação disparar uma vez que os aumentos de preços se disseminarem, observou um membro.
Mas a maioria dos outros membros da diretoria alertou para o aumento dos riscos à economia do Japão representados pela crise na Ucrânia, o que manterá a pressão inflacionária moderada, de acordo com a ata.
“Ao contrário dos Estados Unidos e do Reino Unido, o Japão não está numa situação em que a taxa de inflação provavelmente excederá a meta de preço de 2% do banco central de maneira sustentada”, disseram alguns membros, segundo a ata.
“Portanto, é importante que o Banco do Japão continue com a flexibilização monetária para apoiar a recuperação da economia diante da pandemia”, completaram.