O Banco do Brasil teve lucro acima das estimativas do mercado para o primeiro trimestre, ao entregar uma combinação de crescimento do crédito e provisões para perdas com calotes melhor do que o que ele próprio previa.
O banco estatal anunciou nesta hoje que seu lucro ajustado de janeiro a março somou R$ 6,613 bilhões, um aumento de 34,6% ano a ano e acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 5,341 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (ROE) do trimestre subiu 3,1 pontos percentuais, para 17,3%.
Numa mão, o BB viu sua carteira de crédito ampliada crescer 16,4% em 12 meses, para R$ 883,5 bilhões no fim de março, com destaque para empresas e o agronegócio. A previsão do banco para 2022 é de alta de 8% a 12%.
Diferente de rivais privados, o BB elevou a despesa com provisão para perdas esperadas com inadimplência de maneira muito menos intensa: subiu 9,3% no comparativo anual, para R$ 2,758 bilhões. O Itaú Unibanco, por exemplo, divulgou na semana passada alta desta linha da ordem de quase 70%.
No relatório, o BB argumentou que havia elevado em 2020 seu nível cobertura, “a qual deverá ser reduzida gradualmente ao longo dos próximos trimestres”.
O movimento foi sustentado com a manutenção do índice de inadimplência acima de 90 dias em níveis inferiores aos de Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil, ficando em 1,89%, ante 1,95% um ano antes.
Em outra frente, as receitas do BB com tarifas e serviços cresceram 9,4% ano a ano, para R$ 7,525 bilhões, com destaque para as áreas de seguros e de gestão de fundos.
E as despesas administrativas cresceram 6% em 12 meses, para R$ 8,2 bilhões, abaixo da inflação do período.