O Banco Central Europeu está se preparando para uma sequência de aumentos dos juros que colocará sua taxa de referência em território positivo, mas o caminho percorrido é mais importante do que a data exata do primeiro movimento, disse hoje (5) o economista-chefe do BCE, Philip Lane.
Com a inflação subindo a um nível recorde de 7,5% no mês passado, os formuladores de política monetária têm defendido uma saída mais rápida do estímulo e vários, incluindo a membro do Conselho Isabel Schnabel, defenderam um movimento já em julho.
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“Acho que está claro que em algum momento vamos mexer nos juros, não apenas uma vez, mas com o tempo, em uma seqüência”, disse Lane ao instituto Bruegel. “Quando exatamente isso vai começar?… Não deve ser visto como a questão mais importante.”
Lane argumentou que a trajetória de normalização da política monetária é mais relevante, assim como a definição da taxa neutra, nível em que o banco nem estimula nem atrasa a economia.
“(Taxa de depósito) de -0,5% não está de acordo com a meta de 2% de inflação”, disse Lane. “Se acreditamos que a inflação ficará estável em torno de 2%, -0,5% não é consistente, zero não é consistente”. Sabemos que a normalização será mais do que isso.”
Mas ele também defendeu movimentos graduais, especialmente porque o crescimento dos salários, uma condição necessária para uma inflação duradoura, ainda é relativamente fraco, apontando para uma inflação que se estabiliza em torno da meta de 2% do BCE, em vez de superá-la.