Por Rajendra Jadhav e Mayank Bhardwaj e Nigam Prusty
MUMBAI (Reuters) – A Índia proibiu as exportações de trigo neste sábado, depois de dizer que estava visando embarques recordes este ano, conforme uma onda de calor escaldante reduziu a produção e os preços domésticos escalaram a níveis recordes.
O governo disse que ainda permitirá exportações lastreadas em cartas de crédito já emitidas e também para países que solicitem suprimentos “para atender às suas necessidades de segurança alimentar”.
A medida não é definitiva e pode ser revisada, disseram funcionários do governo em entrevista coletiva.
Os compradores globais estavam apostando no fornecimento do segundo maior produtor de trigo do mundo depois que as exportações da região do Mar Negro caíram após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro. Antes da proibição, a Índia pretendia embarcar um recorde de 10 milhões de toneladas este ano.
As autoridades acrescentaram que não houve queda dramática na produção de trigo este ano, mas que as exportações não regulamentadas levaram a um aumento nos preços locais.
O aumento dos preços de alimentos e energia empurrou a inflação anual no varejo da Índia para perto do maior nível em oito anos em abril, fortalecendo as expectativas de que o banco central aumentará as taxas de juros de forma mais agressiva.
Os preços do trigo na Índia subiram para patamares recordes, em alguns mercados spot atingindo 25.000 rúpias (320 dólares) por tonelada, bem acima do preço mínimo do governo de 20.150 rúpias.
Em fevereiro, o governo previu produção de 111,32 milhões de toneladas, sexta safra recorde consecutiva, mas reduziu a previsão para 105 milhões de toneladas em maio.
Um aumento nas temperaturas em meados de março significa que a safra pode ficar em torno de 100 milhões de toneladas ou até menos, disse um trader de Nova Délhi.