A Natura&Co teve um prejuízo líquido maior do que o esperado no primeiro trimestre, de R$ 643,1 milhões, pressionada por custos crescentes e vendas fracas. O cenário fez a empresa de cosméticos adiar em um ano a previsão de alcançar algumas estimativas financeiras.
A Natura reafirmou a projeção de atingir margem Ebitda (margem de lucro operacional) de 14% a 16% em 2024, mas disse que agora espera atingir a meta de receita líquida de R$ 47 bilhões a R$ 49 bilhões apenas em 2024, contra 2023 anteriormente.
A companhia também disse que não alcançará a estimativa de redução da relação dívida líquida/Ebitda para menos de 1 vez no próximo ano, e que a meta deve ser alcançada só em 2024. A Natura culpou os recentes riscos macroeconômicos e geopolíticos, particularmente os efeitos da guerra na Ucrânia.
A Natura vê um segundo trimestre desafiador e disse que cortará ainda mais os custos e tomará outras medidas para proteger a lucratividade e a geração de caixa.
Analistas consultados pela Refinitiv esperavam que a Natura, dona de marcas como Avon, The Body Shop e Aesop, tivesse prejuízo líquido trimestral de R$ 99 milhões.
A Natura disse no balanço que o desempenho trimestral foi impactado pelo aumento da inflação, que afetou a renda disponível dos consumidores nos principais mercados, bem como as pressões de custo da cadeia de suprimentos e movimentos cambiais desfavoráveis.
A empresa também sofreu os primeiros efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia e acrescentou que sua maior exposição à Europa e América Latina se refletiu em vendas e lucratividade mais baixas em comparação com o mesmo período de 2021.
A receita líquida da Natura caiu 12,7% no primeiro trimestre sobre um ano antes, para R$ 8,3 bilhões, quase em linha com o consenso de mercado, de R$ 8,5 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
Para o segundo semestre de 2022, a Natura disse que espera ver mais ganhos com a transformação da Avon e uma base de comparação mais favorável.