Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) – Chamando a estabilidade de preços de “alicerce” da economia, o chefe do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que a batalha do Federal Reserve para controlar a inflação “incluirá alguma dor” à medida que o impacto dos juros mais altos for sentido, mas que o pior resultado seria se os preços continuassem a acelerar.
“Entendemos e reconhecemos completamente o quanto a inflação é dolorosa”, disse Powell em entrevista ao programa de rádio Marketplace. Ele repetiu sua expectativa de que o Fed aumentará a taxa de juros em 0,50 ponto porcentual em cada uma de suas próximas duas reuniões, mas prometeu que se os dados mudarem para o lado errado “estamos preparados para fazer mais”.
“Nada na economia funciona, a economia não funciona para ninguém sem estabilidade de preços”, disse Powell. “Passamos por períodos em nossa história em que a inflação foi bastante alta… O processo de baixar a inflação para 2% também incluirá alguma dor, mas no fim das contas a coisa mais dolorosa seria se não lidássemos com isso e a inflação se enraizasse na economia em níveis elevados, e nós sabemos como é isso. E isso é apenas as pessoas perdendo o valor de seus salários.”
As taxas de juros estão subindo de forma acentuada como resultado das medidas de política monetária projetadas por Powell.
Embora nem a inflação nem os custos de empréstimos se aproximem dos níveis da era do ex-chair do Fed Paul Volcker, nos anos 1970 e 1980, o rápido aumento no custo de alimentos, gás, moradia e outros itens básicos do dia a dia tornou-se uma questão politicamente explosiva para o governo do presidente Joe Biden. Os preços ao consumidor em abril subiram 8,3% frente a um ano atrás.
“Combater a inflação é minha principal prioridade doméstica”, disse Biden após a confirmação de Powell, nesta quinta-feira, para um segundo mandato de quatro anos como chefe do banco central. O Fed “trará a habilidade e o conhecimento necessários neste momento crítico para nossa economia e famílias em todo o país”, afirmou.