Por Trevor Hunnicutt e David Lawder
WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá que resolver um acalorado debate interno entre suas assessoras em relação a cortar impostos sobre produtos da China, conforme seu governo tenta combater a inflação, disseram duas autoridades norte-americanas e três outras fontes familiarizadas com as conversas.
Autoridades do governo de Biden debatem há meses o futuro de tarifas de até 25% sobre centenas de bilhões de dólares em importações da China adotadas pelo ex-presidente Donald Trump, que custaram bilhões a empresas norte-americanas.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, está entre aqueles que querem reduzir muitas dessas tarifas, enquanto a representante comercial norte-americana, Katherine Tai, quer esperar por uma estratégia comercial mais ampla envolvendo a China, que aborde a proteção de empregos nos EUA e o comportamento da China nos mercados globais, dizem fontes. Essa abordagem poderia até incluir novas tarifas estratégicas.
A divisão clara é rara numa Casa Branca que tem feito da adoção de uma frente unificada parte de sua abordagem fundamental para governar a maior economia do mundo.
Alimentando o debate, sindicatos que são cruciais para as campanhas dos democratas em novembro se opõem ao relaxamento das tarifas neste momento, disse um assessor. Biden disse pessoalmente aos líderes sindicais que eles estariam envolvidos em qualquer decisão tarifária final.
A inflação disparou 8% no ano passado, pressionando Biden e o Federal Reserve a reduzir os custos de produtos como gasolina e outros bens de consumo.
Yellen já disse publicamente que “vale a pena considerar” cortes de tarifas contra a China por seus “efeitos desejáveis” na redução da inflação.
Tai acredita que a disposição das tarifas sobre a China precisa ser decidida como parte de uma estratégia comercial geral com o país, que adote uma abordagem mais estratégica, disse uma pessoa familiarizada com as discussões.
A divisão entre Yellen e Tai provavelmente forçará Biden a tomar uma decisão até o meio do ano, de acordo com uma pessoa em contato com funcionários do governo.