O Ibovespa acumula uma valorização de 6% neste ano, porém o principal índice de ações brasileiro têm sofrido com a alta volatilidade do mercado. Em abril, o índice chegou a registrar queda de 10% e fechou no vermelho por cinco semanas consecutivas.
O cenário não é diferente do que se tem visto lá fora, nas bolsas de Wall Street. O S&P 500, índice de referência norte-americano, registrou sete semanas seguidas de queda entre abril e maio, a mais longa sequência de perdas desde o colapso das “ponto.com” de 2000. Diferentemente do Ibovespa, o S&P acumula desvalorização de -13,80% em 2022.
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Analistas do banco suíço UBS indicam em relatório que acreditam no encerramento do ano em campo positivo para os principais índices americanos.
Por aqui, uma pesquisa da XP Investimentos realizada em maio com 255 assessores financeiros apontou que 44% dos respondentes acreditam que o Ibovespa encerrará 2022 entre 120 mil e 130 mil, o que representa uma valorização entre 9% e 18% frente ao fechamento de 110.178 pontos de ontem (6).
Mas isso não quer dizer que o caminho não terá percalços. Para os especialistas do UBS, o momento é propício para focar estratégias de investimento mais resilientes e assim passar sem sobressaltos por este período de volatilidade.
Confira cinco dicas dos analistas do UBS para investir em ações em tempos de crise:
Dica 1: Prepare-se para a volatilidade
Segundo o documento, grandes oscilações são inevitáveis à medida que as expectativas do mercado financeiro mudam a cada nova divulgação de dados, “não importa o quão pequena seja a variação do indicador”. A dica dos especialistas é utilizar opções de ações para melhorar os retornos, além de considerar métricas de “drawdown” (que indicam de quanto foi a queda do valor de um ativo em relação a sua cotação máxima) para analisar as perdas.
O relatório também sinaliza que as variações no mercado de câmbio podem ser usadas para aumentar os retornos de posições de caixa. “Aconselhamos o uso do dólar mais forte para a venda no ponto alto da moeda como forma de obter rendimento.
Dica 2: Procure negociar ações depreciadas
Para os analistas do UBS, é mais fácil o ano terminar com inflação alta do que em recessão econômica nos Estados Unidos (aqui no Brasil, o último Relatório Focus também aponta crescimento do PIB, de 1,20%). Nesse sentido, eles indicam que ações depreciadas pelo mercado em baixa, historicamente, se superaram em ambientes onde a inflação foi acima de 3%. “Acreditamos que as ações depreciadas têm potencial de superação, o que favorece setores como os de energia e saúde”, diz o relatório.
Dica 3: Construa uma estratégia defensiva
Para os especialistas, os investimentos defensivos são alocações em ações que possuem renda de qualidade, bons pagamentos de dividendos e empresas que desempenham bem em casos de recessão, com destaque para o setor de saúde. “São características que ajudam a isolar o portfólio da alta volatilidade”.
Outro ponto que o relatório ressalta é a precificação do dólar com o ciclo altista da taxa de juros dos EUA. Depois de anos de rendimentos mais baixos, os especialistas indicam que há oportunidades de renda em aplicações indexadas em juros com investimentos de duração menor. “Podem oferecer resiliência ao portfólio em um cenário recessivo”.
Dica 4: Invista em setores seguros
Enquanto a guerra na Ucrânia continua, o relatório afirma que governos e empresas estão se adaptando em termos de segurança. Questões como energia, suprimentos de alimentos, tecnologia e defesa nacional estão no foco das atenções. “No curto prazo, o foco em energia e segurança alimentar está elevando o preço das commodities, um movimento que achamos que dará suporte maior para as matérias-primas nos próximos meses.”
Já no longo prazo, o setor que deverá ser beneficiado, segundo o relatório, é o tecnologia com avanços em automação e robótica, carbono neutro, segurança cibernética, e avanços em técnicas agrícolas. “Todos serão impulsionados no que chamamos de ‘novo Mundo’.”
Dica 5: Diversifique com ativos alternativos
“Poucos investimentos podem melhorar a qualidade de uma carteira independentemente do cenário que se materialize no futuro, mas acreditamos que uma alocação diversificada com ativos alternativos pode ser uma boa opção.”
Ativos como infraestrutura, imóveis e private equity (fundos de participações em empresas privadas) são indicados pelos especialistas do UBS como resilientes à inflação. Já fundos de hedge com boa estrutura para cenários recessivos são uma opção para mitigar a volatilidade do portfólio, pensando nas correlações de ações e títulos de renda, diz o documento.
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