Os esforços de Elon Musk para obter novos financiamentos que limitariam sua contribuição em dinheiro para a compra do Twitter foram suspensos diante da incerteza em torno do acordo, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Musk tem ameaçado desistir do negócio de US$ 44 bilhões (R$ 215 bilhões), a menos que a rede social forneça dados que respaldem a estimativa, divulgada pelo Twitter, de que contas falsas ou de spam representam menos de 5% da base de usuários. O embate culminou em uma carta dos advogados de Musk ao Twitter ontem (6), alertando que o bilionário pode deixar a transação a não ser que mais informações sejam divulgadas.
Musk está prestes a pagar US$ 33,5 bilhões (R$ 163,8 bilhões) em dinheiro para financiar o negócio, após arranjar um empréstimo para cobrir o restante. A liquidez do empresário é limitada, uma vez que sua fortuna, avaliada pela Forbes em US$ 218 bilhões (R$ 1 bilhão), está em grande parte vinculada às ações da Tesla, fabricante de carros elétricos liderada por ele.
Musk negociava para arranjar de US$ 2 bilhões (R$ 9,7 bilhões) a US$ 3 bilhões (R$ 14,6 bilhões) em financiamento com um grupo de empresas de private equity lideradas pela Apollo Global, que sua contribuição em dinheiro, segundo as fontes. Essas conversas estão agora suspensas até que haja clareza sobre o futuro da aquisição, disse uma das fontes.
A pausa dá o primeiro sinal claro de que as ameaças de Musk estão interferindo nas etapas que ajudariam a concluir o negócio. O Twitter insistiu até agora que Musk está cumprindo a obrigação sob o contrato, incluindo ajudar na aprovação regulatória para a transação.
Os porta-vozes de Musk e do Twitter não responderam aos pedidos de comentários. A Apollo não comentou.
Musk vendeu US$ 8,5 bilhões (R$ 41,5 bilhões) em ações da Tesla em abril, após assinar acordo para comprar o Twitter, e não está claro o quanto ele tem disponível para cumprir a obrigação.
Ele levantou US$ 7,1 bilhões (R$ 34,7 bilhões) com um grupo de coinvestidores para reduzir sua contribuição. Musk também procurou reduzir ainda mais essa exposição, conseguindo um empréstimo de US$ 12,5 bilhões (R$ 61,1 bilhões) vinculado às ações da Tesla, mas o descartou no mês passado.