Por Francesco Canepa e Balazs Koranyi
SINTRA, Portugal (Reuters) – As autoridades do Banco Central Europeu estão ponderando se devem ou não anunciar o tamanho e a duração de seu esquema de compra de títulos, projetado para reduzir os custos de financiamento para a Itália e outros países endividados, disseram fontes à Reuters.
O BCE está pronto para anunciar a nova ferramenta em 21 de julho, juntamente com sua primeira alta de juros em mais de uma década, em resposta a um aumento nos rendimentos dos títulos que atingiu mais duramente os países mais endividados.
A equipe do BCE está preparando diferentes opções para as autoridades, incluindo quantos de seus detalhes, como poder de fogo e duração, devem ser tornados públicos, de acordo com conversas com meia dúzia de autoridades no fórum anual do BCE em Sintra, Portugal.
Os prós do anúncio de um grande envelope incluiriam a tranquilização dos investidores sobre o compromisso do BCE em combater o que chama de fragmentação financeira na zona do euro, disseram as fontes.
Também colocaria o BCE no lado seguro em caso de acusações porque mostraria que sua intervenção é contingente e não equivale a um cheque em branco, acrescentaram.
No entanto, esta opção poderia sair pela culatra se o número for visto como muito pequeno pelos operadores de títulos, observaram as fontes. Manter o anúncio de julho vago evitaria este risco, mas poderia deixar muitas perguntas sem resposta, acrescentaram eles.
As autoridades concordam que devem ter discernimento sobre quando intervir e em quais mercados, em vez de estabelecer metas numéricas.
Elas também concordaram que o programa deveria vir com condições, tais como o cumprimento das recomendações da Comissão Europeia, mas estas não deveriam ser tão onerosas, como relatado pela Reuters no início deste mês.
Um porta-voz do BCE se recusou a comentar esta história.