LONDRES (Reuters) – A economia da Rússia terá uma contração de 15% neste ano e de 3% em 2023, conforme o impacto das sanções ocidentais, um êxodo de empresas e o colapso nas exportações eliminam 15 anos de ganhos econômicos, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IIF).
Em relatório sobre a economia russa após a invasão da Ucrânia por Moscou, em 24 de fevereiro, IIF disse que não espera um cessar-fogo na guerra e que é provável que as sanções sejam ampliadas e reforçadas nos próximos meses.
As medidas restritivas impostas pelo Ocidente após a invasão desencadearam a “desintegração total de 30 anos de investimento”, disse Elina Ribakova, vice-economista-chefe do IIF, a repórteres durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.
“Qual é o número que você vai colocar em destruir 15 anos de cadeias de valor?”, disse ela, acrescentando que, se a Europa se afastar das exportações russas de energia, a economia será ainda mais atingida no médio prazo.
Enquanto a economia da Rússia desacelera acentuadamente e o poder de compra dos russos encolhe, um aumento nos preços do petróleo e do gás –principais produtos da pauta de exportação nacional– elevou o superávit em conta corrente do país para níveis recordes nos últimos meses.
Ribakova afirmou que o superávit, bem como a recuperação do rublo após um tombo inicial, não deve ser confundido com o pensamento de que a economia da Rússia atualmente está se saindo melhor do que o esperado.
Os bancos russos estão cheios de reservas cambiais conforme as importações entram em colapso, disse ela, mas as empresas e os consumidores russos não têm nada com o que gastar.
Em vez disso, o impacto das sanções será mais forte com o tempo, especialmente se a Europa cortar significativamente as importações de petróleo e gás, embora ela tenha destacado que isso levaria meses, ou até mesmo anos.
“Medidas adicionais, como aquelas relacionadas ao sistema financeiro e/ou principais exportações (e importações) russas, seriam possíveis e poderiam levar a consequências dramáticas para a economia russa, bem como para a capacidade do governo de continuar com seu esforço de guerra na Ucrânia. No entanto, os custos de tais ações também podem ser significativos para os países que impõem as sanções.”
(Por Tommy Reggiori Wilkes)