Por Katanga Johnson
WASHINGTON (Reuters) – A Ernst & Young pagará 100 milhões de dólares em acordo para encerrar as acusações da Securities and Exchange Commission (SEC) de que seus auditores trapacearam em exames de certificação de contador público (CPA, na sigla em inglês) e que enganaram os investigadores da agência.
A empresa de auditoria britânica admitiu as acusações e concordou em pagar o que a SEC, que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, disse ser sua maior multa contra um auditor.
A EY também concordou em “tomar extensas medidas corretivas para corrigir os problemas éticos da empresa”, disse a SEC.
A SEC descobriu que 49 profissionais da EY “obtiveram ou distribuíram” gabaritos para exames do CPA, enquanto centenas de outros trapacearam para completar os componentes de educação profissional continuada relacionados à ética do CPA.
O CPA é a qualificação chave para contadores nos Estados Unidos.
“Esta ação envolve quebra de confiança por fiscais… encarregados de auditar muitas das empresas públicas de nosso país. É simplesmente ultrajante que os próprios profissionais responsáveis por detectar fraudes de clientes trapacearam em exames de ética”, disse Gurbir Grewal, diretor de fiscalização da SEC, em comunicado.
“E é igualmente chocante que a Ernst & Young tenha impedido nossa investigação dessa má conduta”, acrescentou Grewal. Ele disse que a EY admitiu que não corrigiu sua apresentação mesmo depois que uma investigação interna da companhia confirmou que houve trapaça, e mesmo depois que seus advogados seniores discutiram o assunto com a alta administração da empresa.
O despacho da SEC também conclui que a EY violou uma regra do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), que exige que a empresa mantenha a integridade na execução de um serviço profissional.
A SEC ordenou que a EY contrate dois consultores independentes para ajudar a resolver suas deficiências. Um revisará as políticas e procedimentos da empresa relacionados a ética e integridade. O outro revisará a conduta da EY em relação às falhas de divulgação, incluindo se algum funcionário da EY contribuiu para a falha da empresa em corrigir sua apresentação enganosa, disse a SEC.