O Ibovespa abriu em alta de 0,28% hoje (14), a 102.873 pontos, às 10h10 (horário de Brasília). O principal índice da Bolsa brasileira acompanha as bolsas de Wall Street em uma ligeira recuperação da sangria do dia anterior.
Após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio maior do que o esperado, alta para 8,6% frente ao 8,3% estimado, a preocupação com uma postura mais agressiva pelo Federal Reserve (banco central americano) no encontro para definir a taxa de juros entre hoje e amanhã se intensificou.
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Antes, a expectativa era por um aumento de 0,5% neste mês e no próximo, agora, os mercados já indicam uma chance de 90% de que a alta seja de 0,75%, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. Os juros iriam para 1,5% a 1,75%, com possibilidade de fechar o ano na casa dos 3%.
Com isso, a semana começou no vermelho para os principais mercados do mundo. Em Nova York, as perdas foram de 2,79% a 4,68%. Por aqui, o Ibovespa ficou abaixo dos 103 mil pontos, no menor patamar desde janeiro. Além disso, o dólar voltou para a casa dos R$ 5,11.
Hoje, a divulgação do índice de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) americano mostrou números dentro do consenso de mercado. A alta em maio foi de 0,8%, em linha com o esperado, assim como o avanço em 12 meses, de 10,8% frente a expectativa de 10,9%.
Às 10h05 (horário de Brasília), os futuros americanos apresentavam ligeira alta de 0,33% o Dow Jones, 0,52% o S&P 500 e 0,86% o Nasdaq.
As Bolsas europeias também tentaram recuperar parte das perdas de ontem, mas não tiveram fôlego e viraram para queda. A bolsa de Londres perdia 0,15%, a bolsa da Alemanha recuava 0,10% e o índice europeu Stoxx 600 caía 0,62%.
Na Ásia, as bolsas encerraram os pregões sem uma direção única. Os casos de Covid-19 na China e a insegurança em relação à retomada da demanda industrial e de consumo no País, que levam ao crescimento, também pairam sobre o mercado.
O índice Nikkei, em Tóquio, caiu 1,32%, mas, na China Continental, o Xangai subiu +1,02% e Shenzhen, +0,19%. Em Hong Kong, o Hang Seng terminou estável (0%) e, em Seul, o Kospi registrou queda de -0,46%, sexto pregão consecutivo de baixa.
Cenário interno
Embora a Super Quarta também reserve a decisão do Banco Central (BC) sobre a taxa Selic, é o juro americano que movimenta a bolsa por aqui.
A perspectiva de elevação das taxas americanas aumenta o valor do dólar e acende a bandeira sobre a persistência da inflação. A soma da moeda mais cara com a valorização do petróleo deve continuar a pressionar o preço dos combustíveis, anulando a medida de redução dos impostos pelo governo para baratear o diesel e a gasolina.
A medida foi aprovada ontem à noite no Senado Federal. O PLP (Projeto de Lei Complementar) 18/2022 limita em 17% a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, telecomunicações, energia elétrica e transportes coletivos. Atualmente, esses bens e serviços são classificados como supérfluos e são taxados acima de 30% em alguns estados.
Entretanto, o texto será apreciado novamente pela Câmara dos Deputados após mudanças feitas pelos senadores.
Nos indicadores econômicos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa) divulgou os dados de volume de serviços em abril. Houve uma desaceleração para 0,2% no mês ante alta de 1,4% em março. O número também veio abaixo do consenso, que esperava +0,4%.
Na comparação anual, o volume de serviços subiu para +9,4%, ante estimativa de +10,6% pelo consenso.
Às 10h05 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 0,23%, a R$ 5,1028.
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