Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou com declínio discreto nesta terça-feira, em sessão marcada novamente por baixa liquidez, com o suporte de ações de commodities sendo contrabalançado pela percepção de aumento de risco fiscal.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,11%, a 110.069,76 pontos. O volume financeiro somou 21 bilhões de reais.
Na véspera, o governo do presidente Jair Bolsonaro disse estar disposto a zerar impostos federais sobre gasolina, gás, etanol e diesel, em troca de redução da alíquota cobrada pelos Estados, que seriam ressarcidos pelo governo federal.
Apesar de abrir espaço para projeções de inflação no curto prazo, as medidas aumentam os riscos fiscais, segundo o Citi, especialmente considerando a chance de afrouxar novamente a âncora do testo de gastos.
Fontes afirmaram à Reuters que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Executivo para zerar tributos federais e estaduais sobre combustíveis custaria 40 bilhões de reais.
Wall Street também teve uma sessão sem muito vigor, com o S&P 500 fechando em alta de 0,95%.
Na visão do sócio e diretor operacional da mesa proprietária Axia Investing, Caio Kanaan Eboli, o mercado tem se equilibrado entre notícias positivas e negativas, com o segmento de commodities candidato a ser o fiel da balança.
“O que vai segurar a bolsa e talvez fazer o Ibovespa subir em 2022 e 2023 são as commodities”, estimou, chamando atenção para o forte desempenho de empresas como Vale e Petrobras, que já acumulam altas respectivas de mais de 20% e 30% neste ano.
DESTAQUES
– VALE ON avançou 2,34%, apesar da queda dos futuros de minério de ferro de referência na Ásia. Analistas da Jefferies elevaram para compra a recomendação para os papéis da Vale e outras mineradoras, citando perspectivas para a China.
– PETROBRAS PN subiu 1,19%, após o anúncio do governo para aliviar os preços de combustíveis. “As medidas propostas não interferem diretamente na Petrobras e efetivamente separam a empresa do debate político”, disse o Credit Suisse.
– CIELO ON recuou 4,28%, com o cenário mais desfavorável doméstico abrindo espaço para ajustes, após o papel subir 17% em maio. No ano, a alta alcança 68%.
– POSITIVO ON caiu 4,07%, em outra sessão de correção, após forte alta na semana passada, quando chegou a subir mais de 15% em apenas um dia.
– SUZANO ON ganhou 1,65%, embalada por projeções favoráveis para os preços de celulose. KLABIN não sustentou o ganho e fechou com variação negativa de 0,04%.
– MAGAZINE LUIZA ON recuou 3,24%, renovando mínimas em quatro anos, com o receio fiscal elevando juros futuros e contaminando papéis de varejo. VIA ON fechou em baixa de 2,97%.
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(Edição de Aluísio Alves)