Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) – Apesar de conviver no momento com defasagem de preços de diesel e gasolina ante o mercado externo, a Petrobras deve evitar elevar as cotações até pelo menos o encerramento das discussões no Congresso Nacional, que podem resultar em uma menor tributação dos combustíveis, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à Reuters.
Essa indicação ocorre após integrantes da diretoria da petroleira terem apresentado ao governo o nível de defasagem da gasolina e do diesel, em reunião na véspera. A diferença aponta riscos ao abastecimento, uma vez que a estatal não é a única supridora do país, que conta com importadores que precisam de preços de mercado.
No caso do diesel, que teve um reajuste mais recente, em maio, a defasagem ante a paridade de importação está em torno de 15%. Para a gasolina, que não é reajustada há mais de três meses nas refinarias da Petrobras, o mercado fala em diferença de mais de 20%.
“Sem mágica, mas a reunião foi boa, cooperação e equilíbrio. A decisão final de aumentar depende do barril e do dólar, mas a ideia é segurar (o preço)”, disse uma das fontes na condição de anonimato.
“Dá pra esperar resolver o ICMS esta semana”, acrescentou.
Na segunda-feira, o Senado aprovou projeto que limita a cobrança do ICMS sobre combustíveis, e nesta terça-feira senadores concluíram a votação da chamada PEC dos Biocombustíveis.
As propostas, que visam atenuar o custo para os consumidores, vão agora ser analisadas pela Câmara.
A avaliação é de que, após a votação dos projetos, seria “menos traumático” realizar um reajuste, pois o tributo menor atenuaria a alta do preço, disse a fonte.
Uma segunda fonte afirmou que “não se deve esperar um aumento num momento como esse”.
Procurados, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras não comentaram o assunto imediatamente.