As ações da Occidental Petroleum, uma das companhias preferidas do investidor bilionário Warren Buffett, caíram 2% ontem (11), depois que analistas do Goldman Sachs rebaixaram o rating da petroleira e alertaram que os valuations parecem menos atraentes diante da alta acentuada dos papéis vista este ano.
Com o rebaixamento, a classificação da ação foi de “compra” para “neutra”, e o banco atribuiu ao papel o preço-alvo de US$ 70 (R$ 378) – o que implica um potencial de valorização de cerca de 15%.
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“Apesar de continuarmos a ver uma perspectiva atraente de fluxo de caixa livre”, o valuation da Occidental Petroleum parece menos atraente, especialmente em relação a outras empresas de energia e após a massiva valorização das ações, diz Neil Mehta, analista do Goldman Sachs.
A gigante de energia é a ação do S&P 500 com o melhor desempenho até agora em 2022, tendo registrado um avanço de mais de 90% graças ao aumento dos preços do petróleo este ano, enquanto o ETF Energy Select Sector SPDR subiu apenas 22% durante esse período.
Após o “desempenho superior em relação aos pares”, outras ações de energia estão começando a ter avaliações mais atraentes, escreveu o analista, apontando para empresas como a ConocoPhillips, que registrou valorização de 16% este ano.
Outras grandes empresas de energia, como Exxon Mobil, ConocoPhillips, Hess e Pioneer Natural Resources, têm potenciais de valorização muito maiores – de cerca de 40%, com base nas estimativas de preço-alvo do Goldman Sachs – do que a Occidental, argumenta Mehta.
As ações da Occidental caíram 2%, para menos de US$ 60 (R$ 324), após a publicação do relatório, apagando a maior parte de seus ganhos da semana passada, quando os papéis tiveram alta de cerca de 3% impulsionados pela recuperação dos preços do petróleo.
A Occidental Petroleum é uma das ações favoritas do investidor bilionário Warren Buffett. Seu conglomerado de investimentos, o Berkshire Hathaway, agora possui cerca de 175 milhões de ações da empresa, uma participação de 18,7% que vale quase US$ 10,5 bilhões (R$ 56,7 bilhões) com base nos preços atuais.
Buffett começou a adquirir os papéis da Occidental no final de fevereiro, na mesma época em que os preços do petróleo começaram a subir – sua compra mais recente ocorreu na semana passada. A Berkshire é a maior acionista da gigante de energia, o que tem alimentado especulações sobre a possibilidade de o investidor bilionário continuar aumentando sua participação para 20% ou mais.
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As empresas de energia têm registrado lucros robustos com a alta dos preços do petróleo – o barril de Brent chegou a quase US$ 140 (R$ 756) no início de março, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Porém, as ações de energia reduziram os ganhos em junho, e a commodity é negociada em torno de pouco mais de US$ 100 (R$ 540) por barril.
Com os temores de uma possível recessão, os investidores estão cada vez mais preocupados com a demanda global de petróleo. No entanto, as principais empresas de Wall Street preveem que o preço da commodity ficará entre US$ 110 (R$ 594) e US$ 130 (R$ 702) por barril até o final de 2022.
O conglomerado de investimentos de Buffett também possui uma participação considerável em outra gigante de energia, a Chevron. Graças a uma posição avaliada em mais de US$ 20 bilhões (R$ 108 bilhões), essa é atualmente uma das principais participações da Berkshire depois de empresas como Apple e Bank of America.