As ações da plataforma francesa de streaming de música Deezer caíram até 35% em seu primeiro dia de negociação na bolsa de Paris.
A Deezer, um dos primeiros “unicórnios” franceses, termo usado para empresas de tecnologia avaliadas em mais de 1 bilhão de euros, tenta convencer o mercado sobre sua capacidade de enfrentar rivais maiores como Spotify e a Apple Music.
“O setor é supercompetitivo”, disse Manuel Muehl, analista do DZ Bank. “Existem vários serviços – Amazon Prime, Apple Music etc – que são administrados por grandes empresas norte-americanas com bolsos muito profundos”.
“(Essas empresas) podem subsidiar seus negócios com outros fluxos de renda e, portanto, não dependem do sucesso de suas plataformas de música, ao contrário das companhias ‘pure-play’.”
As ações da Deezer recuavam 27% às 11h10 (no horário de Brasília), a 6,19 euros cada, após abrir a 8,50 euros. Mais cedo, o papel caiu até 35%.
A listagem de ações da Deezer ocorreu por meio de uma fusão com uma empresa de cheque em branco (SPAC), a I2PO, que tem como acionistas o banqueiro francês Matthieu Pigasse, o empresário de telecomunicações Xavier Niel e a Artemis, holding da família Pinault que controla a proprietária da marca Gucci, Kering.
A Deezer anunciou a listagem na bolsa de Paris em abril em um acordo que avalia o negócio em pouco mais de 1 bilhão de euros.
A queda nas ações não impediu o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, que participou da cerimônia de estreia da Deezer na bolsa, de elogiar a companhia pela listagem.
“O IPO da @DeezerFR não é apenas um sucesso econômico e tecnológico, mas também um sucesso cultural”, tuitou Le Maire.
“Defender a Deezer é defender nossa cultura… nossa herança musical.”