A gestora britânica Actis passou a ter 12,4% do capital da Omega Energia e pode chegar a deter 20% no futuro, a partir de uma oferta primária que deve ser realizada pela companhia de energia possivelmente no fim deste ano, disse o CEO da Omega, Antonio Bastos.
“Naturalmente a participação deles deve subir, porque uma parte importante da (oferta) primária deve ser feita por eles”, explicou.
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A Omega anunciou na semana passada um acordo para a entrada da Actis em seu bloco de acionistas controladores. Após uma operação da Actis de compra de ações da Omega em bolsa realizada na semana passada, a gestora passou a ter 12,4% do capital da companhia.
A Actis também se comprometeu a investir até R$ 850 milhões em novas ações de emissão da Omega, a um preço de R$ 16 por ação, em um aumento de capital que poderá ser realizado entre 1º de outubro de 2022 e 31 de março de 2023.
Dois novos conselheiros vindos da Actis devem se juntar ao colegiado da Omega: Michael Harrington e Nicolas Escallon. A mudança no “board” deve ser anunciada nos próximos dias, disse Bastos.
MERCADO DOS EUA
Sobre a entrada no mercado de geração renovável nos EUA, o CEO da Omega comentou que a companhia enxerga oportunidades com taxas de retornos “interessantes”, entre 15% a 18%, nominal, em dólar.
Esse é o retorno estimado para o projeto eólico Goodnight, que começou a ser construído pela companhia no Texas na semana passada.
O primeiro empreendimento da Omega nos EUA está sendo desenvolvido no âmbito de um acordo de co-investimento assinado com uma gestora norte-americana de ativos de infraestrutura, cujo nome não foi revelado.
O executivo explicou que a atuação nos EUA será um pouco diferente da realizada no Brasil. Lá, a companhia buscará parceiros para colocar de pé projetos de geração renovável, numa lógica semelhante à da Omega Desenvolvimento, empresa que deixou de existir de forma segregada após a fusão do grupo no ano passado.
Do lado de estratégia de comercialização, a ideia é vender a energia dos projetos de geração “na base, a preços de mercado”, afirmou o CEO da Omega.
“O mercado [dos EUA] é muito maior, é um mercado que na nossa opinião tem uma escassez, vai crescer ainda mais em renováveis. Portanto nosso conhecimento, nosso ‘track record’, nossa criatividade podem ter um bom serviço lá e se transformarem em rentabilidade aos acionistas”, disse Bastos.
“Mas não quer dizer que a gente vá deixar o Brasil de lado, pelo contrário”, acrescentou.
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