O grupo alemão Bosch espera que as dificuldades de fornecimento de alguns tipos de chips durem até 2023, mesmo que a inflação reduza a demanda por certos bens de consumo, disse a empresa hoje (13) ao anunciar um investimento de 3 bilhões de euros (R$ 16,3 bilhões) na produção de microprocessadores.
“Muita coisa vai melhorar em 2022, mas ainda haverá gargalos em 2023. Indústrias individuais podem precisar de menos chips se a demanda cair devido a uma possível desaceleração da economia…mas você não pode construir uma estratégia sobre isso”, disse o presidente-executivo, Stepan Hartung.
A Bosch anunciou hoje (13) que investirá 3 bilhões de euros na produção de chips até 2026, na mais recente empresa a aproveitar o apoio europeu à indústria de semicondutores para reduzir a dependência de fornecedores no exterior.
O grupo, que produz chips e microssensores para tudo, de carros a fones de ouvido, investirá 170 milhões de euros (R$ 924 milhões) em novos centros de desenvolvimento na Alemanha e 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) na expansão de fábrica de placas de chips na Alemanha.
A Bosch também pretende explorar a fabricação de chips usando nitreto de gálio, que pode reduzir em quatro vezes a perda de energia em comparação com os chips tradicionais baseados em silício.
Enquanto outros fabricantes de chips, como a Intel, planejam desenvolver chips de 2 nanômetros, as fábricas da Bosch são projetadas para os chips de 40 a 200 nanômetros usados em eletromobilidade.
“O objetivo deve ser produzir chips para as necessidades específicas da indústria europeia. E isso significa não apenas chips na extremidade inferior da nanoescala”, disse Hartung.
A empresa utiliza a maior parte dos chips que produz em seus próprios produtos.
“Nossos fornecedores estão tendo que alocar seus recursos escassos de maneira direcionada – temos que fazer o mesmo com nossos clientes”, disse Hartung.