Junho registrou o menor volume de compra de BDRs (recibos de ações listadas no EUA) do ano. De acordo com dados do último boletim mensal da B3, foram emitidos R$ 600 milhões em BDRs no período, enquanto nos cinco meses anteriores a média de compra era de R$ 1,6 bilhão.
O saldo líquido de negociações em junho fechou negativo em R$ 1,1 bilhão, com a compra de R$ 600 milhões em BDRs e a venda de R$ 1,7 bilhão.
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No semestre, o cancelamento dos recibos de ações superou a emissão em 35%. Durante os primeiros seis meses do ano foram vendidos R$ 13,5 bilhões em BDRs ante R$ 8,8 bilhões em compras.
Os resultados dos investimentos internacionais acompanham o sentimento de aversão a risco do mercado em um momento em que diversos países enfrentam avanço da inflação e aumento dos juros. Com o cenário global cercado por incertezas e temores em volta de uma recessão nos EUA e na Europa, investidores brasileiros estão optando por vender seus ativos atrelados a fundos ou ações internacionais.
Ontem (6), a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divulgou o balanço dos fundos de investimentos no primeiro semestre do ano e mostrou que os investimentos no exterior registraram um saldo negativo de R$ 18,3 bilhões no período, frente a uma captação positiva de R$ 24,2 bilhões em dezembro de 2021.
Giuliano De Marchi, diretor da Anbima, afirmou que os resgates são reflexo de uma combinação de fatores: queda na performance do mercado, desvalorização do dólar e menor apetite por renda variável. Entre janeiro e junho, o S&P 500, índice de referência dos EUA, caiu 20,6%, e o dólar recuou 6,1% frente ao real.
Queda nas negociações
Junho também marcou o menor volume médio diário de negociações de BDRs. No mês, foram negociados diariamente R$ 336 milhões, em média, de recibos de ações dos EUA – abaixo da média diária do ano, de R$ 485 milhões.
Em termos mensais, foi o menor volume de negociação dos BDRs em quase um ano. Investidores movimentaram R$ 7,05 bilhões em BDRs no mês passado, segundo pior volume desde julho de 2021, quando foram negociados R$ 6,56 bilhões.
De acordo com o boletim mensal da B3, as sucessivas vendas dos recibos resultaram em uma queda brusca no estoque de BDRs em Bolsa. Em dezembro do ano passado, o estoque era de R$ 26,6 bilhões, montante 43,6% maior do que o registrado no mês passado, de R$ 15 bilhões.
O índice de BDRs (BDRX) apresentou um desempenho pior do que o do Ibovespa no período. Entre janeiro e junho, a desvalorização foi de 29,6%, ante queda de 5,2% do IBOV.
Confira os 10 BDRs mais negociados em junho:
- Tesla (TSLA34)
- Mercado Livre (MELI34)
- Meta Platforms (M1TA34)
- Alibaba (BABA34)
- Microsoft (MSFT34)
- Alphabet (GOGL34)
- Apple (AAPL34)
- Amazon (AMZO34)
- Nvidia (NVDC34)
- Exxon Mobil (EXXO34)
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