A Fitch Ratings melhorou a perspectiva para a nota de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil para “estável”, ante “negativa”, e reafirmou o “rating” “BB-” (ainda em grau especulativo), citando evolução melhor que a esperada das contas públicas depois de sucessivos choques nos últimos anos.
A agência estima que a forte redução na proporção da dívida pública em 2021 sobre o PIB seja seguida de outra ligeira queda em 2022, o que melhoraria “consideravelmente” o ponto de partida antes de um aumento gradual projetado para a partir de 2023.
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A dinâmica de crescimento de curto prazo superou as expectativas, disse a agência, e o progresso adicional nas reformas pode beneficiar as perspectivas de investimento de médio prazo. Além disso, na visão dos analistas, o aperto decisivo da política monetária por parte do Banco Central, apoiado em sua nova autonomia formal, destaca o compromisso com o combate à inflação.
A Fitch ponderou, no entanto, que desafios fiscais e de crescimento econômico persistem e que as eleições presidenciais de outubro de 2022 geram incerteza sobre como esses pontos serão tratados.
A agência projeta que o déficit nominal suba para 7,5% do PIB neste ano, com custos de juros acentuadamente mais altos e medidas fiscais e de gastos aprovadas pelo Congresso.
A Fitch espera que o déficit fiscal permaneça “grande” em 2023, devido ao crescimento econômico mais fraco e a preços das commodities, pressões salariais e a expansão da cobertura do Auxilio Brasil, com risco adicional caso medidas temporárias de impostos/gastos sejam estendidas.
“O ritmo da consolidação fiscal de médio prazo permanece incerto devido às eleições iminentes e a possíveis mudanças no teto de gastos”, disse a agência.
Ainda assim, a Fitch prevê que o arcabouço de política econômica do Brasil será mantido após as eleições.
A agência calcula que a dívida bruta do Brasil em relação ao PIB cairá para 78,8% em 2022, de 80,3% em 2021 e 88,6% em 2020.
A nota de crédito soberano atribuída ao Brasil pela Fitch está no chamado grau especulativo. A agência S&P também mantém o Brasil nessa faixa, com “rating” “BB-“, assim como a Moody’s, que confere nota “Ba2”.
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