O Goldman Sachs elevou de forma expressiva a expectativa para a cotação do dólar ante o real em três meses, citando “elevados riscos de curto prazo” para algumas divisas emergentes num cenário de euro fraco, incertezas sobre crescimento chinês, alta de juros nos EUA e recuo das commodities.
O banco agora vê o dólar em R$ 5,50 ao fim de três meses, ante R$ 4,70 no cenário anterior. A projeção em seis meses pulou de R$ 4,80 para R$ 5,30, enquanto a de 12 meses foi mantida em R$ 5,00.
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Às 16:26 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,64%, a R$ 5,4044 na venda, depois de bater R$ 5,4673, máxima intradiária desde janeiro.
Os profissionais do banco norte-americano disseram ainda que o real, apesar da depreciação recente, ainda carrega uma surpresa positiva de performance no ano de cerca de 10%, o que, para o Goldman Sachs, sugere espaço para desvalorização extra da taxa de câmbio.
“O argumento para uma queda adicional do real provavelmente depende mais das preocupações recessivas que levam a um declínio sustentado nos preços do petróleo”, disseram os analistas do banco.
Evidenciando as fragilidades do câmbio doméstico, o Goldman Sachs coloca o real entre as moedas com mais alto “beta” (uma medida de sensibilidade) a potenciais cenários negativos.
Num panorama de euro a US$ 0,95, por exemplo, a moeda brasileira poderia perder mais 5,7%. O euro caiu a US$ 0,9998 nesta sessão, mínima em 20 anos.
Num cenário em que as expectativas para crescimento da economia chinesa e os preços das matérias-primas recuam, a taxa de câmbio poderia despencar 9,2%.
Com um Fed mais “hawkish” (inclinado a apertar a política monetária de forma mais rígida), a desvalorização seria de 7,6%.