O Ibovespa renovou a mínima do ano no fechamento de hoje (14), após recuar 1,80%, a 96.120 pontos. Pesou sobre a Bolsa brasileira a queda acentuada da ação com maior participação no índice: a Vale (VALE3). Além disso, o mau humor em Nova York não ajudou a contrabalancear as negociações do dia.
Com 15% de participação no Ibovespa, os papéis da Vale levaram o índice de ações à derrocada nesta quinta com uma queda de 6,66%, a R$ 67,95, na esteira da queda do minério de ferro na China. A commodity chegou ao seu menor valor em oito meses, abaixo dos US$ 100.
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A queda no preço do minério é um sintoma dos temores do mercado com a desaceleração econômica global, que diminui a demanda pelo ingrediente siderúrgico na China. Os contratos da commodity negociados em Cingapura fecharam com recuo de 8,2%, a US$ 99,90 a tonelada – menor nível desde novembro de 2021.
Segundo a Reuters, várias usinas siderúrgicas chinesas desativaram suas instalações de produção ou as colocaram em manutenção mais cedo do que o normal para amenizar o impacto da fraca demanda e altos estoques. É incerto quando esses altos-fornos serão reiniciados, devido às dificuldades do país em meio às restrições da Covid-19 e problemas climáticos.
Além da Vale, outras siderúrgicas perderam valor no pregão de hoje com as más perspectivas para o setor. CSN (CSNA3) caiu 6,40%; Gerdau (GGBR4) recuou 4,13%; CSN Mineração (CMIN3) perdeu 4,30%; Usiminas (USIM5) tombou 3,59% e Bradespar (BRAP4) – que tem forte participação na Vale – caiu 5,27%.
A preocupação com a demanda por commodities também assola as negociações do petróleo. Desde março, quando o barril Brent atingiu o seu maior valor do ano, de US$ 127,98, a queda é de 24%. Pelo terceiro dia consecutivo, a cotação da commodity fechou abaixo dos US$ 100, aos US$ 99,10 hoje.
A Petrobras sentiu essa perda nas suas ações. Os papéis da petroleira registraram forte recuo no pregão de hoje: as ações ON perderam 3,00%, a R$ 29,78, e as ações PN caíram 2,68%, a R$ 27,49.
Na agenda de indicadores, nesta quinta o Banco Central divulgou a prévia do PIB mensurada pelo índice de atividade econômica IBC-Br. Em maio, o recuo foi de 0,11%, acima dos 0,10% estimados pelo mercado. Os dados de abril foram revisados para uma queda de 0,44% no mês, o que marca dois meses de atividade econômica negativa.
Em Wall Street, depois de a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) atingir o maior nível desde 1981 em junho, segundo dados divulgados ontem, ao acumular 9,1% de aumento nos preços em 12 meses, a inflação ao produtor, divulgada hoje, reforçou esses números.
O PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês) subiu 1,1% no mesmo período, na comparação com maio, e atingiu 11,3% nos 12 meses encerrados em junho. O consenso Refinitiv projetava uma alta mensal de 0,8% e anual de 10,7%.
Com a aceleração da inflação na terra do Tio Sam, o mercado avalia a possibilidade de uma alta de 1 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) no próximo encontro do comitê de política monetária, previsto para o final deste mês.
Raphael Bostic, dirigente do Fed de Atlanta, afirmou ontem (somente com a divulgação do CPI) que essa opção está, sim, na mesa: “Tudo é possível”. O Dow Jones caiu 0,46%, a 30.630,01 pontos; o S&P 500 recuou 0,30%, a 3.790,25 pontos; e o Nasdaq ficou no zero a zero, + 0,03%, a 11.251,19 pontos.
O dólar comercial fechou em alta de 0,51%, a US$ 5,4333. O euro acompanha de perto esse aumento, com subida de 0,09%, a R$ 5,4421.
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