O Federal Reserve (banco central norte-americano) não saiu do roteiro e elevou os juros dos EUA em 0,75 ponto percentual, como tinha sinalizado. Com isso, o Ibovespa e as bolsas de Wall Street tiveram um dia de recuperação e sem surpresas na política monetária da maior economia global.
A Bolsa brasileira avançou 1,67% e fechou na máxima intradia, a 101.438 pontos, com alta em 84 ações das 90 listadas na carteira teórica.
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Já estava precificado. Ou seja, as bolsas de valores já tinham caído o que tinham que cair com um aumento de 0,75% nos juros dos Estados Unidos. Dessa forma, quando o Federal Reserve fez o anúncio, os índices de ações mantiveram suas direções.
Em discurso após o comunicado oficial do comitê de política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o ideal agora é decidir os juros a cada nova reunião, sem uma orientação tão clara para o mercado. Ele avisou que atingir um “pouso suave dos juros” será desafiador.
Segundo Powell, outro aumento “incomumente alto” dos juros pode ser apropriado, visto que a última leitura da inflação norte-americana foi pior do que o esperado. Dados do CPI de junho mostraram 9,1% de alta acumulada dos preços em doze meses, ante projeção de 8,8% do mercado.
O presidente do banco central dos EUA afirmou que não acredita que o cenário atual seja de recessão econômica, embora a desaceleração da economia norte-americana no segundo trimestre “seja notável”.
Esta semana ainda reserva a divulgação do PIB oficial do segundo trimestre dos EUA. O mercado espera uma contração de 0,9% no período, agravada por fatores como a queda do preço das commodities, deterioração do consumo e do investimento privado.
Mas hoje, em Wall Street, o dia foi de recuperação do começo ao fim. O Dow Jones avançou 1,37%, a 32.196,00 pontos, o S&P 500 subiu 2,61%, a 4.023,32 pontos e o Nasdaq ganhou 4,06%, a 12.032,42 pontos.
Por aqui, o Ibovespa acompanhou o ritmo dos EUA e pisou no acelerador: das 91 ações listadas no índice, somente seis delas fecharam no vermelho, com algumas correndo atrás dos ganhos nos últimos minutos.
Caso da Vale (VALE3), que registrou perdas ao longo do pregão diante da expectativa do balanço de amanhã (28), que deve registrar uma queda nos ganhos da mineradora. Investidores também ponderam os resultados dos incentivos da China ao setor imobiliário do país e o quanto isso deve efetivamente aumentar a demanda pelo minério de ferro nos próximos meses.
Ao final do pregão, as ações da Vale subiram 0,23%, a R$ 70,52. Já a acionista da mineradora, Bradespar (BRAP4), perdeu valor, -0,09%, a R$ 22,58.
Na ponta de ganhos do Ibovespa, o destaque ficou para a Gol (GOLL4), que fechou em alta de 10,93%, seguida por Pão de Açúcar (PCAR3), +8,37% – que irá divulgar os seus dados do segundo trimestre ainda na noite desta quarta –, e Carrefour (CRFB3), +7,28.
Acompanham o Pão de Açúcar a Suzano (SUZN3), o Assaí (ASAI3), a EDP (ENBR3) e a Intelbras (INTB3).
A Klabin (KLBN11) deu a largada nos balanços financeiros do dia ainda antes da abertura do mercado. A companhia de papel e celulose registrou um avanço de 35% no lucro líquido do segundo trimestre na comparação com o mesmo período de 2021. Entre abril e junho, o montante chegou a R$ 972 milhões.
O lucro operacional, medido pelo Ebitda ajustado, foi de R$ 1,99 bilhão, valor 11% superior na comparação anual. Já a receita líquida atingiu R$ 5,04 bilhões, avanço de 24% em um ano. Ao final da sessão no Ibovespa, as units KLBN11 registravam alta de 5,47%, cotadas a R$ 19,46.
O dólar comercial operou em queda hoje e agravou as perdas após a coletiva de Jerome Powell. Ao final do pregão, o recuo foi de 1,84%, a R$ 5,2509.
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