A caderneta de poupança registrou saque líquido de R$ 3,755 bilhões em junho, mostraram dados do Banco Central, na maior retirada para o mês desde 2015, quando o resultado foi negativo em R$ 6,261 bilhões.
Do total do mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no valor de R$ 3,333 bilhões. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de pouco mais de R$ 422 milhões.
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Com o fim da greve de servidores, o BC começou a apresentar indicadores cujas divulgações estavam atrasadas. Além dos dados de junho, a autoridade monetária trouxe também os números de maio, quando houve captação líquida de R$ 3,515 bilhões na poupança.
Depois de ingressos recordes em 2020, com o pagamento do auxílio emergencial e o nível baixo da taxa básica de juros, o fluxo de recursos na poupança apresentou uma reversão de sentido em 2021.
Sem repasses sociais emergenciais e diante do agressivo aperto monetário implementado pelo BC para segurar a inflação, o que diminuiu sua atratividade frente a outros investimentos, a poupança vem acumulando retiradas significativas.
No primeiro semestre de 2022, maio foi o único mês com resultado positivo. No acumulado do ano, a poupança já registra saque líquido de R$ 50,489 bilhões.
Com os juros básicos da economia acima de 8,5% ao ano (a Selic está agora em 13,25%), os depósitos na poupança voltaram a ter rendimento fixo de 0,5%, ou 6,17% ao ano nominal, acrescido da taxa referencial (TR), o que deixa a remuneração mais baixa do que outros investimentos de renda fixa.
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