A Tesla enfrenta uma série de obstáculos que vão desde problemas de produção ao aumento da inflação que pode atingir suas receitas, disseram analistas de Wall Street ontem (5), em um momento em que a fabricante de carros elétricos sofreu uma queda nas vendas pela primeira vez em dois anos.
Atingida pelos lockdowns na China e por custos crescentes, a Tesla vendeu 254.695 veículos no segundo trimestre, uma queda de cerca de 18% em relação aos três primeiros meses deste ano.
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Os problemas na rede de fornecedores vinculadas às fábricas da empresa no Texas e na Alemanha também prejudicaram a produção, com analistas alertando que a situação pode prejudicar os resultados da Tesla.
As ações da maior fabricante de carros elétricos do mundo caíram mais de 3% mais cedo, mas reverteram o curso ao longo do pregão e encerraram com alta de 2,6%, para US$ 699,20, ontem (5). Até agora neste ano, o papel acumula perda de um terço de seu valor.
“O brilho da Tesla diminuiu mais uma vez com esta última queda, que veio acima das expectativas”, disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown. “A Tesla se depara com um cenário em que quanto mais rápido um problema é resolvido, outro aparece.”
Analistas do JPMorgan, que cortaram o preço-alvo das ações da empresa em US$ 10, para US$ 385, disseram que a produção e os resultados financeiros da Tesla podem ser prejudicados por problemas de execução específicos da empresa nas novas fábricas da montadora no Texas e em Berlim.
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Streeter alertou que o aumento do custo de vida em todo o mundo devido à inflação crescente pode ter um efeito indireto sobre a demanda no futuro. Alguns analistas, no entanto, esperam uma recuperação até o final do ano.
As fábricas de Austin e Berlim provavelmente continuarão a pesar sobre os resultados da Tesla até atingirem taxas de utilização mais altas. A empresa espera que os volumes de produção se recuperem fortemente no segundo semestre do ano, disse Garrett Nelson, analista sênior de ações da CFRA Research.