A redução da projeção da Vale para produção de minério de ferro em 2022 sinaliza maiores dificuldades para que a mineradora atinja sua meta de alcançar uma capacidade produtiva de 400 milhões de toneladas por ano, segundo avaliação de analistas.
A Vale divulgou na noite de ontem (19) seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre, reportando uma produção de minério de ferro de 74,108 milhões de toneladas, uma queda de 1,2% no comparativo anual e aumento de 17,4% na base trimestral, ante dados fracos do início deste ano.
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A companhia brasileira também atualizou sua previsão de produção do minério em 2022, para uma faixa de 310 milhões a 320 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de 320 milhões a 335 milhões.
Após a divulgação, o JP Morgan reduziu sua estimativa de vendas de minério de ferro da mineradora para 2022, a 305 milhões de toneladas. O banco também atrasou em um ano o prazo esperado para que a empresa atinja a meta de 400 milhões de toneladas em capacidade produtiva, de 2025 para 2026.
O Citi afirmou que o corte na previsão anual foi enquadrado em parte na estratégia de “value over volume” –isto é, priorizar valor sobre o volume produzido –, mas disse que “desafios contínuos no Sistema Norte parecem mais relevantes”.
O banco atualizou sua estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mineradora para o segundo trimestre, de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,8 bilhões.
“A revisão para baixo do guidance de produção de minério de ferro para 2022 sinaliza desafios operacionais para atingir a meta de longo prazo da Vale de 400 mtpa, mas poderia ajudar a sustentar os preços do minério de ferro”, escreveu o analista do Itaú BBA Daniel Sasson, em relatório a clientes.
Os contratos futuros do minério para entrega em agosto em Cingapura subiram nesta quarta-feira, em parte apoiados pelo corte nas previsões da Vale.
As ações ON da mineradora caíam 3,72%, a R$ 66,32, às 11h30, pesando sobre o Ibovespa.