O Ibovespa iniciou o primeiro pregão da semana em queda de 0,25%, aos 112.091 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O principal índice da Bolsa brasileira acompanha o mercado externo, que ainda repercute a aversão a ativos de risco após o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole.
As ações do Federal Reserve (banco central norte-americano) levaram alguns investidores a preverem mais problemas para a renda variável. Na sexta-feira (26), o presidente do Fed afirmou que os Estados Unidos precisarão de uma política monetária apertada “por algum tempo” antes que a inflação fique sob controle.
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Ele acrescentou que os custos “infelizes” para se reduzir a inflação incluem crescimento mais lento, mercado de trabalho mais fraco e “alguma dor” para famílias e empresas, mas alertou que “o histórico adverte fortemente contra o afrouxamento prematuro da política monetária.”
Por lá, os índices futuros caíam. O Dow Jones recuava 0,75%, aos 32.027 pontos, S&P 500 e Nasdaq cediam 0,79% e 0,95%, respectivamente.
A mensagem do Fed também foi repercutida por Isabel Schnabel, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), que advertiu no fim de semana que os bancos centrais precisam agora agir energicamente para combater a inflação, mesmo que isso arraste suas economias para uma recessão.
Em meio a esse cenário, as Bolsas europeias operavam em queda nesta manhã. O DAX, da Alemanha, caía 0,85%, o índice STOXX600 recuava 0,95% e o FTSE 100 tinha desvalorização 0,70%.
Na Ásia o movimento é o mesmo, com exceção de Xangai e Shenzhen, que subiram 0,14% e 0,07%, respectivamente. Já o índice Nikkei encerrou a sessão em queda de 2,66% e o Hang Seng recuou 0,73%. Em Seul, o Kospi teve desvalorização de 2,18% e, em Taiwan, o Taiex caiu 2,31%.
O dólar iniciava a semana com queda de 0,35% frente ao real, a R$ 5,0597, acompanhando o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior. Operadores já alertavam para possibilidade de volatilidade marcada pela cautela internacional.
No cenário doméstico, o mercado segue vendo mais alívio na inflação brasileira este ano em meio a medidas do governo para conter a alta dos preços e reduções nos custos de combustíveis, enquanto a perspectiva de crescimento econômico melhorou para 2022 mas seguiu piorando para 2023.
A pesquisa Focus divulgada hoje pelo Banco Central mostrou que os especialistas veem agora alta do IPCA este ano de 6,70%, contra 6,82% no levantamento anterior.
Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o Brasil abriu 218.902 vagas formais de trabalho em julho. O resultado do mês passado, que ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de criação líquida de 260 mil empregos, é fruto de 1,887 milhão de admissões e 1,668 milhão de desligamentos. (Com Reuters)
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