Uma escalada do crédito impulsionou o lucro do segundo trimestre do Banco do Brasil (BB), que também elevou suas previsões para as principais linhas de desempenho em 2022.
O banco controlado pelo governo federal anunciou ontem (10) seu lucro recorrente de abril a junho somou R$ 7,8 bilhões, alta de 54,8% ante mesma etapa de 2021 e bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 6,48 bilhões.
Assim como aconteceu com os principais rivais privados que já publicaram seus resultados do período, o desempenho do BB foi calcado na forte expansão dos empréstimos, com a carteira expandida no fim de junho atingindo R$ 919,5 bilhões, após crescer 19,9% em 12 meses, puxada pelas linhas de cartão de crédito (+51,7%), garantias e recebíveis (+59%) e agronegócio (+27,3%).
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Um dos resultados dessa evolução foi o incremento de 45% das receitas com crédito do BB ano a ano, a R$ 26,2 bilhões.
Mas o BB foi mais bem sucedido em controlar a qualidade da carteira, com o índice de atrasos de clientes com mais de 90 dias subindo apenas 0,14 ponto percentual em um ano, a 2%.
Com isso, as despesas com provisões do banco para perdas esperadas com calotes tiveram alta residual de 2,3%, para R$ 2,94 bilhões. Para efeito de comparação, o crescimento do Bradesco nessa linha foi de 52,5%, enquanto a do Itaú Unibanco expandiu 60,6% e a do Santander Brasil teve alta de 24,6%.
Em outra frente, as receitas com tarifas e serviços do Banco do Brasil cresceram 8,9% no comparativo anual, para R$ 7,85 bilhões. Por fim, o BB ainda teve um acréscimo de 136% do seu resultado de tesouraria, a R$ 7,45 bilhões, também destoando do resultado mais fraco de seus pares nessa linha.
No conjunto, o BB teve no trimestre uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 20,6%, um salto de 6,1 pontos percentuais sobre um ano antes.
PREVISÕES DO BB
Com isso, o BB elevou a previsão de lucro ajustado de 2022, da faixa de R$ 23 a R$ 26 bilhões para a de R$ 27 a R$ 30 bilhões. Elevou também a estimativa para a carteira de crédito para 12% a 16%, ante projeção anterior de +8% a +12%, com a margem financeira bruta também agora prevista para R$ 13 bilhões a R$ 17 bilhões (ante 11 bilhões a 15 bilhões).
O banco também mudou a expectativa de incremento das receitas com tarifas e serviços em 2022, de +4% a +8% para +6% a 9%, enquanto a de provisões para perdas com calotes no ano mudaram de R$ 13 bilhões a R$ 16 bilhões para R$ 14 bilhões a R$ 17 bilhões.
O BB também anunciou que aprovou distribuição de R$ 571,26 milhões em dividendos e R$ 1,63 bilhão em juros sobre capital próprio.