A queda nos preços das ações norte-americanas afetou o resultado da Berkshire Hathaway no segundo trimestre, com a empresa comandada pelo bilionário Warren Buffett registrando um prejuízo de US$ 43,8 bilhões.
A Berkshire, no entanto, registrou resultado operacional positivo de US$ 9,3 bilhões, com o desempenho em resseguro e da ferrovia BNSF compensando uma perda na seguradora de automóveis Geico, onde a escassez de peças de automóveis e os preços mais altos dos veículos elevaram perdas por acidentes.
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O aumento das taxas de juros e o pagamento de dividendos ajudaram as unidades de seguros da Berkshire a gerar mais dinheiro com os investimentos, enquanto o fortalecimento do dólar norte-americano impulsionou o lucro dos investimentos em dívida da empresa na Europa e no Japão.
A Berkshire também desacelerou compras de ações, embora tenha encerrado junho com 105,4 bilhões em caixa e equivalentes que ainda poderia usar.
“Isso mostra a natureza inconstante dos mercados”, disse Tom Russo, sócio da Gardner, Russo & Quinn em Lancaster, Pensilvânia, que investe mais de US$ 8 bilhões, dos quais 17% na Berkshire. “Está tudo normal na Berkshire Hathaway.”
Investidores observam de perto a Berkshire por causa da reputação de Buffett e porque os resultados das dezenas de unidades operacionais do conglomerado de Omaha, Nebraska, muitas vezes refletem tendências econômicas mais amplas.
A Berkshire é dona de dezenas de negócios, incluindo empresas com rendimentos estáveis, como a empresa de energia homônima, várias seguradoras e indústrias, bem como marcas de consumo conhecidas, como Dairy Queen e Duracell
Em seu relatório trimestral, a Berkshire disse que “perturbações significativas nas cadeias de suprimentos e custos mais altos persistiram” à medida que surgem novas variantes do Covid-19 e por causa de conflitos geopolíticos, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Mas a empresa disse que as perdas diretas para a empresa não foram relevantes, apesar do impacto dos custos mais altos de matérias-primas, frete e mão de obra.
O resultado líquido da Berkshire sofreu com uma perdas de US$ 53 bilhões da área de investimentos e derivativos.
As ações de três grandes empresas que a Berkshire tem participação – Apple, Bank of America e American Express – caíram mais de 21% cada, em comparação com um declínio de 16% no índice de ações de referência S&P 500.
As regras contábeis exigem que a Berkshire relate as perdas com seus resultados, mesmo que não compre e venda nada.
Buffett pede aos investidores que ignorem as flutuações, e a Berkshire ganhará dinheiro se as ações subirem com o tempo.
Em 2020, por exemplo, a Berkshire registrou um prejuízo de quase 50 bilhões no primeiro trimestre com a pandemia, mas apurou um resultado positivo de US$ 42,5 bilhões de dólares no ano inteiro.
O prejuízo líquido trimestral foi equivalente a US$ 29.754 por ação Classe A, comparado a um lucro líquido de 28,1 bilhões de dólares, ou US$ 18.488 por ação Classe A, um ano antes.
O lucro operacional somou 9,28 bilhões de dólares, ou cerca de US$ 6.326 por ação Classe A, alta de 39% em relação aos US$ 6,69 bilhões, ou US$ 4.424 por ação Classe A, um ano antes. Os ganhos cambiais sobre a dívida externa totalizaram US$ 1,06 bilhão.
A Berkshire recomprou apenas US$ 1 bilhão em suas próprias ações, abaixo dos US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre, e em comparação com US$ 51,7 bilhões em 2020 e 2021.
Os 6,15 bilhões de dólares em compras de ações também foram menores do que os US$ 51,1 bilhões no primeiro trimestre, quando assumiu grandes participações nas petrolíferas Chevron e Occidental Petroleum.
A Berkshire espera concluir sua aquisição de US$ 11,6 bilhões da seguradora Alleghany no quarto trimestre.
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