Com um cenário mais escasso e seletivo de investimentos, juros elevados e inflação, o segundo semestre de 2022 deve movimentar de forma ainda mais expressiva o mercado de fusões e aquisições de startups brasileiras. Para Alexandre Liuzzi, diretor de estratégia da Remessa Online, fintech de transferências internacionais, a situação deve gerar boas oportunidades.
Liuzzi liderou o processo de M&A (Mergers and Acquisitions, ou Fusões e Aquisições) da fintech, adquirida no final do ano passado por R$ 1,2 bilhão pelo Ebanx. A aquisição surgiu do bom relacionamento entre as partes, que, desde 2020, vinham conversando sobre outras possibilidades de negócios em sinergia. “Era uma relação de admiração e amizade e, posteriormente, de complementaridade entre os objetivos das duas empresas”, diz o executivo.
O bate-papo sobre uma possível parceria evoluiu até se transformar em M&A, em dezembro de 2021. “O fator decisivo foi pensar que faríamos parte de algo maior, que aceleraria o desenvolvimento da empresa e das pessoas envolvidas”, conta.
Com a experiência no assunto, Liuzzi, que já atuou com M&As no banco JP Morgan, nos EUA, soube das dores e incertezas que gestores e fundadores de startups podem enfrentar nesse movimento. Para ele, alguns pontos são importantes para a consolidação de um processo bem-sucedido de M&A: ter mais de uma opção a ser avaliada; deixar a empresa organizada antes de pensar em uma possível venda; estar aberto a propostas e negociações; entender os aspectos qualitativos e quantitativos de um possível M&A; e, no caso de uma fusão, ter certeza de que há sinergia e complementaridade entre as partes.
A Remessa, hoje consolidada como referência no mercado de transferências internacionais, enfrentou, como inúmeras outras startups, o desafio de trazer os aportes recebidos. Com a experiência adquirida, criou uma área dedicada a ajudar outras startups a passar pelo mesmo processo. A empresa quer reforçar a parceria com empresas e startups e lança uma ação de incentivo ao crescimento delas, com taxas reduzidas para operações de aporte e empréstimo. Para isso, a startup deve avaliar com seu time financeiro, idealmente com suporte jurídico, a natureza da operação que irá realizar – aportes feitos por fundos internacionais de venture capital podem chegar ao Brasil sob a forma de investimento estrangeiro direto ou como empréstimo.
Para realizar a operação, é feito um cadastro junto à Remessa Online que, após a validação dos documentos apresentados, permite a abertura de um canal bancário para viabilizar o recebimento da moeda estrangeira, com a geração do número de identificação da conta bancária do cliente (IBAN).
Finalizada a primeira etapa, a operação de câmbio pode, então, ser realizada. O crédito do valor na conta da startup no Brasil pode ser feito no mesmo dia, dependendo da localidade de origem e do banco onde o valor está depositado no exterior.
Sobre o cenário atual, a empresa destaca que há uma postura mais seletiva dos investidores, orientada a startups que oferecem uma perspectiva de melhor retorno e que tenham geração de caixa. “Apesar dos valuations e dos aportes serem menores do que os registrados em 2021, não deve faltar capital para bons negócios. O mercado está com menos apetite para riscos, e as startups vão ter que mostrar a que estão vindo.”
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Foto: Divulgação -
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