O Brasil registrou recorde no número de pessoas ocupadas e a taxa de desemprego caiu no trimestre encerrado em julho para o menor patamar desde o final de 2015, de 9,1%, ao mesmo tempo que a renda real dos trabalhadores voltou a subir.
A leitura divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters e igualou também a taxa vista no trimestre encerrado em dezembro de 2015.
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Nos três meses imediatamente anteriores, até abril, o desemprego no Brasil estava em 10,5%, e encerrou o segundo trimestre em 9,3%. No trimestre até julho de 2021 ela era de 13,7%.
A taxa de desemprego brasileira voltou a ficar em apenas um dígito depois de ter chegado perto de 15% com as medidas de restrição contra a Covid-19. O mercado de trabalho vem se recuperando, mas ainda é marcado por uma informalidade recorde.
“É possível observar a manutenção da tendência de crescimento da ocupação e uma queda importante na taxa de desocupação”, disse a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.
Nos três meses até julho, eram 98,666 milhões de pessoas ocupadas no Brasil, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Houve aumento de 2,2% em relação ao trimestre até abril e de 8,8% sobre o mesmo período do ano anterior.
Já o número de desempregados teve forte queda de 12,9% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a 9,882 milhões de pessoas. Sobre o trimestre até julho de 2021 houve queda de 31,4%.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiram um total de 35,801 milhões, enquanto os que não tinham carteira eram 13,075 milhões nos três meses até julho, também recorde para a série histórica.
Segundo o IBGE, duas atividades influenciaram mais a queda do desemprego em julho, embora nenhum grupo tenha apresentado perda de ocupação.
Em “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, houve acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho em comparação com o trimestre anterior, enquanto o setor de “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, registrou aumento de 648 mil pessoas.
No período, a renda média real habitual dos trabalhadores subiu a R$ 2.693, de R$ 2.618 reais no trimestre até abril, mas ainda abaixo dos R$ 2.773 reais vistos no mesmo período de 2021, em meio à alta da inflação.
“A última vez que houve crescimento significativo (da renda) foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, disse Beringuy.