Ontem (3) o Copom (Comitê de Política Monetária) deu mais um aperto nos juros: subiu em 0,50 ponto percentual a taxa Selic, para 13,75% ao ano. Nada de novo, era exatamente o que o mercado esperava.
A novidade mesmo foi outra. O comitê sinalizou que em breve deve pisar no freio e o próximo encontro poderá terminar com o último ajuste altista deste ciclo que se iniciou no ano passado. E o aumento previsto será de menor magnitude, provavelmente 0,25 ponto percentual.
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Ainda no pregão de ontem as empresas mais prejudicadas pelo aumento dos juros viveram um dia de valorização com a esperança de que a sinalização do Banco Central fosse nesse caminho. Papéis de varejistas e incorporadoras registraram as maiores altas do Ibovespa.
Hoje (4), o movimento foi o mesmo e ainda mais intenso. No fechamento, o Ibovespa registrou uma alta de 2,04% frente a elevação de 0,40% de quarta.
Ontem, Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) – duas das empresas mais prejudicadas com alta da Selic – tiveram alta de 11,49% e 8,12%, respectivamente. Nesta quinta, ambas prolongaram seus ganhos, com Magalu subindo 13,99% e Via 12,60%.
Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, os setores de varejo e tecnologia, além de construção civil são os mais sensíveis às alterações no juros e, por isso, têm um dia de forte alta hoje.
“O mercado já está antecipando a reversão da curva de juros, o que é muito benéfico para esses setores por reduzir o custo de capital e melhorar o valuation dessas empresas”, diz Alves.
Outras varejistas que acompanham o movimento são Méliuz (CASH3), com alta de 16%, Grupo Soma (SOMA3) sobe 9% e Petz (PETZ3) avança 7%.
Incorporadoras como MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3) também estão na esteira dos ganhos do dia, com altas de 13% e 12%, respectivamente.
João Beck, economista e sócio da BRA, explica que esse é um movimento natural do mercado de “recuperar as ações que mais caíram no passado recente”. Além disso, Beck sinaliza que parte das altas também correspondem à reversão de operações vendidas.
“Como é que você se desfaz de uma operação vendida? Comprando a ação de volta. Isso gera uma pressão compradora muito forte para essas varejistas e outras ações que estavam tão amassadas”, explica o economista.
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