O euro ficou abaixo da paridade com o dólar pela segunda vez este ano na manhã de hoje (22), à medida que a Europa continua enfrentando inflação crescente enquanto se prepara para uma potencial crise de energia no próximo inverno, em meio a preocupações de que a Rússia reduza o fornecimento de gás natural.
De acordo com o rastreador de câmbio XE, a moeda passou a valer US$ 0,999 nesta manhã.
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A queda ocorreu dias depois que a estatal russa de energia, Gazprom, anunciou que cortaria o fornecimento de gás natural para a Europa por três dias para realizar manutenção – uma medida que poderia frustrar o plano da região de encher suas reservas de gás antes da temporada crítica de inverno.
Os futuros de gás holandês (Dutch TTF) de referência da Europa subiram mais de 18,5%, para € 290 megawatts-hora, provavelmente piorando ainda mais os níveis recordes de inflação da zona do euro.
O índice do dólar (U.S. Dollar Index) – que mede a moeda dos EUA em relação a seis outras moedas – também subiu 0,25%, para US$ 108,43, o maior desde 15 de julho.
De acordo com o Dollar Index, a moeda norte-americana subiu 12,7% desde o início do ano.
Em nota no início deste mês, a empresa de investimentos LPL disse: “Um dólar forte tende a corresponder a condições financeiras mais apertadas”. Além disso, a nota mencionou que os esforços do Federal Reserve para aumentar acentuadamente as taxas de juros continuarão a fortalecer o dólar, ajudando a conter a inflação.
No mês passado, o Banco Central Europeu anunciou um aumento de 50 pontos-base nos juros – o primeiro em 11 anos – para ajudar a lidar com a inflação crescente.
Esse movimento foi seguido pela zona do euro que reportou uma taxa de inflação anual de 8,9%, um recorde histórico para o bloco de 19 países.
Em meio à alta inflação, a Zona do Euro continua lidando com a incerteza em torno do fornecimento de gás natural da Rússia, que é fundamental tanto para suas indústrias quanto como meio de geração de eletricidade para a região.
No mês passado, a União Europeia concordou em reduzir o uso de gás em até 15% até março de 2023, para ajudar a superar a atual crise de oferta.
De acordo com um rastreador oficial, as atuais reservas de gás da UE estão 76,92% cheias – ainda aquém da meta de 85%.