A Gerdau espera um impacto maior de custos de carvão no terceiro trimestre, mas ainda assim tem otimismo de que poderá entregar em 2022 um resultado pelo menos em linha com o desempenho recorde do ano passado, afirmou o presidente do grupo siderúrgico, Gustavo Werneck.
O otimismo do executivo ocorre apesar de temores nos mercados de recessão nos Estados Unidos e riscos de queda na demanda por aço no Brasil diante da alta dos juros que tem afetado segmentos como o varejo de construção civil, concentrado por reformas e pequenas obras.
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“A demanda no Brasil segue bem estável. O Brasil, independente da política, tem um fundamento de negócios bastante robusto. Não vemos grandes alterações na demanda, mas um período mais volátil”, disse Werneck em conferência com jornalistas. “Vamos entregar um ano que vai ser um ano histórico para a Gerdau”, afirmou.
Mais cedo a companhia divulgou alta de 46,2% no lucro líquido do segundo trimestre ante os três meses encerrados em março, praticamente em linha com as expectativas do mercado, à medida que conseguiu repassar as elevações de preços vistas nos mercados internacionais.
Segundo Werneck, tirando o efeito do ano passado, em que clientes promoveram um movimento de recomposição de estoques, a demanda em geral por aço no terceiro trimestre no Brasil deve se manter estável, com a queda no autoconsumo da construção sendo compensada por segmentos como máquinas, veículos pesados, energia e infraestrutura.
Nos Estados Unidos, a empresa viu mais recentemente uma queda no número de pedidos de clientes, mas a carteira de encomendas da empresa no país “segue muito saudável”, com a capacidade produtiva das usinas totalmente ocupada, disse o executivo.
“Temos muita confiança de que independente do tamanho dessa recessão ela vai ter menos impacto do que já teve no passado”, disse Werneck, citando o pacote de investimento de infraestrutura aprovado no final do ano passado pelo governo de Joe Biden no valor de mais de 1 trilhão de dólares. Segundo o presidente da Gerdau, o pacote vai gerar uma demanda adicional por aço nos EUA da ordem de 5 milhões de toneladas.
Questionado sobre sua expectativa para 2023, Werneck afirmou que a visibilidade ainda é baixa, mas afirmou que alguns setores como o varejo de construção “vão sofrer mais” que outros como indústria de máquinas e infraestrutura. “Isso, mais o pacote dos EUA, vai nos permitir ter um 2023 bom. Ainda vai ser um ano bastante positivo”, afirmou.
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