O Ibovespa cravou sua sétima alta consecutiva depois de avançar 1,46% no pregão de hoje (10), a 110.236 pontos. A Bolsa brasileira alcançou os 110 mil pontos pela primeira vez em dois meses, após dados da inflação nos EUA indicarem um alívio no preço para os consumidores norte-americanos.
Segundo dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável (0%) em julho, ante alta de 1,3% no mês anterior e expectativa de aumento de 0,2%.
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No acumulado de 12 meses, a inflação recuou dos 9,1% registrados em junho para 8,5% em julho, abaixo da expectativa de 8,7% do mercado.
Segundo Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, a melhora nos dados impulsionou as bolsas de Nova York e levou junto o principal índice brasileiro. “De certa forma, o Ibovespa utiliza os dados dos EUA como um parâmetro para o que podemos esperar no Brasil também”, diz o analista.
Agora, a expectativa do mercado é que o Federal Reserve (banco central norte-americano) reduza o aperto monetário nos juros, saindo de uma estimativa de aumento de 0,75 ponto percentual para 0,50 ponto percentual em setembro.
Em Wall Street, o Dow Jones avançou 1,63%, a 33.309,45 pontos; o S&P 500 subiu 2,13%, a 4.210,12 pontos, e o Nasdaq teve alta de 2,89%, a 12.854,80 pontos.
Amanhã (11), a agenda de indicadores dos EUA inclui a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês). O dado não é decisivo na análise do Fed como o CPI, mas o mercado lê os números como um reforço de tendência.
No Brasil, o cenário de aperto monetário está mais avançado do que nos EUA. O alívio na inflação no curto prazo, com a deflação no IPCA de julho, reforçou a avaliação dos economistas de que o Banco Central pode ter encerrado o ciclo de alta dos juros nos atuais 13,75%.
A segunda hipótese é que, se houver ajuste na próxima reunião, será de menor intensidade (0,25 ponto percentual) e será o último. Tal perspectiva tem apoiado o retorno do apetite por renda variável, com destaque para as ações de setores como o de consumo, que são sensíveis a juros.
Nos últimos sete pregões, o índice acumula alta de 8%, enquanto em todo o mês de julho os ganhos foram de 5%.
Hoje, os destaques positivos do Ibovespa foram IRB (IRBR3), com alta de 8,93%, seguida por Banco Pan (BPAN4), +8,15%, e Ezetec (EZTC3), +8,09%.
Já na ponta de perdas, as elétricas tiveram um dia negativo na esteira do balanço da Copel (CPLE6), que reportou um prejuízo líquido de R$ 522,37 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 1 bilhão na comparação anual.
A Engie (ENGI11) registrou queda de 1,85%, e a Eletrobras, de 0,72% (ELET3) e 1,46% (ELET6).
O dólar comercial teve um dia de forte volatilidade e fechou em baixa de 0,87%, negociado a R$ 5,0850, após oscilar entre R$ 5,0359 e R$ 5,1429.
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