O Ibovespa chegou a superar os 109 mil pontos hoje (9), atingindo a máxima de 109.331 após subir 0,86%, mas devolvendo grande parte dos ganhos para fechar aos 108.651 pontos, com alta de 0,23%.
O maior impulso da Bolsa brasileira ao longo do dia foi o Itaú Unibanco (ITUB4), após a divulgação de um resultado robusto no segundo trimestre e melhora nas perspectivas para 2022. Mas o Ibovespa perdeu fôlego na parte da tarde, em meio ao movimento de realização de lucros por parte dos investidores.
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O mercado também repercutiu nesta terça a divulgação da ata da última reunião do Copom (comitê de política monetária), quando foi decidida a elevação dos juros a 13,75% ao ano. No texto, membros do Banco Central sinalizaram que a taxa deve seguir em território contracionista por um período “suficientemente prolongado” para refletir nos preços.
Na visão do departamento de economia do Bradesco, o Copom encerrou o seu ciclo de alta dos juros neste patamar de 13,75%, mas a Selic deverá seguir neste percentual até meados de 2023.
Outro dado que ajudou a consolidar essa aposta de fim do ciclo altista pelo Copom foi a queda no IPCA de julho, divulgado hoje pelo IBGE. Os dados do instituto indicaram um recuo de 0,68% dos preços no mês passado – a maior deflação da série histórica iniciada em 1980 e a primeira queda da inflação desde maio de 2020.
O menor preço dos combustíveis e da energia elétrica com a redução das alíquotas de ICMS sobre esses produtos proporcionaram o recuo do índice oficial de inflação do país. Porém, Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, pondera que choques pontuais da cadeia produtiva continuam influenciando os preços ao consumidor.
“Em alimentação, a variação de 25,48% do leite longa vida (e demais produtos laticínios) é fruto da alta dos custos de produção (em especial dos fertilizantes). Diante desse resultado, mantemos nossa projeção de 7,3% para o IPCA ao fim de 2022.
Com a queda de julho, o índice acumulado em 12 meses agora está em 10,07% frente a 11,89% em junho.
Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Banco Modal, acredita que a dinâmica do mercado de trabalho e a nova rodada de estímulos fiscais do governo ainda representam riscos altistas para a inflação no médio prazo, embora sejam contrapostos pela recente queda no preço das commodities.
Em meio aos dados econômicos, investidores também receberam balanços financeiros dos bancos Itaú e BTG Pactual (BPAC11).
O Itaú registrou um lucro líquido recorrente de R$ 7,68 bilhões de abril a junho, alta de 17,4% ante mesmo período de 2021. O banco também elevou as estimativas de receitas com empréstimos em 2022. Ao final da sessão do Ibovespa, as ações ITUB4 fecharam em alta de 2,62%, a R$ 25,90.
Já o BTG anunciou que teve um lucro líquido e receita recordes para um único trimestre. O lucro do banco digital no segundo trimestre foi de R$ 2,17 bilhões, alta de 26,5% na base anual. A receita total subiu 20% na mesma comparação, a R$ 4,51 bilhões. Ao final do pregão, as ações fecharam em queda de 2,09% no Ibovespa, a R$ 24,34.
Em Wall Street, investidores aguardam os números de inflação dos EUA, previstos para amanhã (9) e quinta (10). A primeira divulgação será dos preços ao consumidor (CPI), com expectativa de elevação mensal de 0,2% (após alta de 1,3% em junho) e anual de 8,7% (queda frente ao acumulado de 9,1%).
Se confirmada a desaceleração dos preços, a preocupação do mercado se volta para o aperto monetário pelo Federal Reserve (banco central norte-americano), que poderá adotar um tom mais agressivo em sua próxima reunião, em setembro.
Enquanto aguardam os dados, investidores adotaram um tom de cautela na Bolsa. O Dow Jones recuou 0,17%, a 32.776,25 pontos, o S&P 500 caiu 0,42%, a 4.122,65 pontos e o Nasdaq perdeu 1,19%, a 12.493,93 pontos.
Já o dólar comercial se fortaleceu frente ao real hoje, com alta de 0,32%, negociado a R$ 5,1295.
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