Descolado do exterior, o Ibovespa fechou estável neste começo de semana, com um ligeiro avanço de 0,02%, a 112.323 pontos. As petroleiras seguraram uma queda maior do índice com uma subida em bloco, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional.
Hoje, a cotação do petróleo fechou com alta de 3,96% no preço do barril Brent, a US$ 102,93, e com ganhos de 4,24% para o barril WTI, a US$ 97,01.
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Na contramão das bolsas internacionais, o preço da commodity subiu com a possibilidade de países produtores diminuírem a oferta nos próximos meses. As ameaças de corte na produção tiveram início na semana passada, quando o ministro de energia da Arábia Saudita disse que a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) cogita diminuir a produção para amenizar a volatilidade dos preços.
Especialistas do mercado indicam que, se os preços do barril caírem para menos de US$ 85,00, a ameaça dos produtores do Oriente Médio poderá se reverter em ação. Ao longo do mês de agosto, a cotação do barril Brent operou abaixo da linha dos US$ 100,00.
Desde o pico de valor do ano (US$ 127,98), a cotação do petróleo Brent, que é referência para a Petrobras (PETR3, PETR4) já caiu 20%.
Na esteira dos ganhos da commodity nesta segunda (29), as petroleiras listadas no Ibovespa também avançaram: 3R Petroleum (RRRP3) subiu 1,94%, PetroRio (PRIO3) avançou 2,52%, as ações PETR4 tiveram alta de 2,50%, e os papéis PETR3 ganharam 2,16%.
Mas o destaque de alta do Ibovespa hoje ficou para o Banco Pan (BPAN4), que registrou avanço de 10,74%, a R$ 7,94. Outras ações do segmento de bancos que também subiram foram BTG Pactual, com alta de 1,74%, e Banco do Brasil (BBAS3), que cresceu 2,07%.
Na ponta de perdas, IRB Brasil (IRBR3) teve a maior queda, de 5,58%, a R$ 1,86. A resseguradora planeja uma oferta subsequente de ações para levantar recursos e se manter dentro das exigências de capital mínimo e de provisões técnicas do órgão regulador, a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).
Siderúrgicas também figuraram no ranking de quedas do Ibovespa com a deterioração do cenário produtivo na China. De acordo com a Reuters, autoridades e usinas em Tangshan, a maior cidade produtora de aço da China, reuniram-se na sexta (26) para discutir metas de redução de capacidade de produção para o restante de 2022.
A produção de aço bruto do país de janeiro a julho caiu 6,4%, para 609,28 milhões de toneladas, em comparação com o volume do mesmo período no ano anterior. Usiminas (USIM5) sentiu o maior baque e caiu 5,19%, CSN (CSNA3) e Vale (VALE3) aparecem pouco atrás, com quedas de 3,40% e 1,94%.
Em Wall Street, as bolsas fecharam em queda ainda repercutindo o tom agressivo do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, em relação aos juros. O Dow Jones perdeu 0,57%, a 32.099,65 pontos, o S&P 500 recuou 0,66%, a 4.030,76 pontos, e o Nasdaq teve queda de 1,02%, a 12.017,67 pontos.
O presidente do Federal Reserve sinalizou estar disposto a sacrificar o crescimento do país para domar a inflação que se mantém há três meses no maior patamar em quarenta anos.
“O discurso de Powell não apenas manteve as portas abertas para outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros em setembro, mas também sinalizou que os juros provavelmente não começarão a recuar em 2023”, afirmou a XP Investimentos em nota aos clientes.
Na visão da equipe da XP, o conjunto de números de agosto do mercado de trabalho norte-americano, que será publicado nesta sexta (2), é a próxima informação relevante para ajudar a calibrar as apostas do mercado sobre os passos seguintes do Fed.
Hoje, o dólar comercial fechou em queda de 0,88%, a R$ 5,0334, após oscilar entre a mínima de R$ 5,0110 e máxima de R$ 5,0907.
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