Após sete dias consecutivos de ganhos, o Ibovespa voltou a fechar em queda hoje (11), com recuo de 0,47%, o que fez a Bolsa brasileira perder os 110 mil pontos, a 109.718 pontos. O fraco desempenho de Wall Street contaminou as negociações na B3, além da realização de lucros das ações de consumo doméstico que divulgam balanços após o pregão.
Lá fora, as bolsas de Nova York tiveram um pregão de forte volatilidade, operando entre perdas e ganhos ao longo do dia. A agenda de indicadores serviu para reforçar a desaceleração da inflação, conforme esperado pelo mercado.
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O Departamento do Trabalho divulgou que a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) recuou 0,5% em julho, ante uma expectativa de alta de 0,2% pelo mercado. Na base anual, o indicador saiu de um acumulado de 11,3% para 9,8%.
Os dados vieram para consolidar a sinalização de desaceleração da inflação após o CPI (inflação ao consumidor) divulgado ontem. Segundo os dados, os preços para os americanos ficaram estáveis (0%) em julho, e o acumulado em 12 meses saiu de 9,1% para 8,5%.
Com o aumento dos preços dando sinais de controle, a maioria do mercado (75%) aposta que os juros vão subir 0,50 ponto percentual setembro. Até então, as expectativas eram quase unânimes em 0,75 ponto percentual.
A renovação dos ânimos com a nova perspectiva se limitou às negociações de ontem, quando as bolsas de Nova York subiram 2%. Hoje, o clima de cautela tomou conta, e os índices fecharam praticamente estáveis.
O Dow Jones teve ligeira alta de 0,08%, a 33.337,13 pontos, o S&P 500 recuou mínimos 0,07%, a 4.207,34 pontos, e o Nasdaq registrou uma queda maior, de 0,58%, a 12.779,91 pontos.
Por aqui, o Ibovespa acompanhou Wall Street, mas o noticiário foi repleto de novidades. A começar pela Petrobras (PETR3, PETR4), que anunciou a segunda redução no preço do diesel em agosto.
O reajuste será de 4%, com aplicação a partir de amanhã (12) nos preços cobrados nas refinarias. Com isso, o valor médio do diesel sai de R$ 5,41 para R$ 5,19. De acordo com a Petrobras, a medida acompanha a evolução dos preços de referência do petróleo.
Nos últimos dois meses, a commodity acumula uma queda de 20% nos preços do barril Brent, referência para a estatal. Hoje, a cotação fechou com alta de 2,26%, mas abaixo de US$ 100,00, a US$ 99,60. No pico do ano, o barril chegou a valer US$ 139,13.
As ações da Petrobras impulsionaram a queda do Ibovespa, na contramão da commodity. Os papéis ordinários (PETR3) fecharam em queda de 1,89%, a R$ 38,96, enquanto as ações preferenciais (PETR4) caíram 2,32%, a R$ 36,25.
Outro destaque negativo foram as ações da BRF (BRFS3) após a divulgação do seu balanço do segundo trimestre.
A companhia de alimentos registrou um prejuízo líquido de R$ 468 milhões, valor 95% maior do que o prejuízo de R$ 240 milhões do mesmo período de 2021. A receita líquida, por outro lado, cresceu 11,2% na base anual, para R$ 12,9 bilhões. O lucro operacional, medido pelo Ebitda, foi positivo em R$ 897 milhões, mas recuou 30,7% na mesma comparação.
O mercado leu os números como dúbios, sinalizando alguma recuperação da companhia no período, mas não o suficiente. O consenso da Refinitiv projetava prejuízo de R$ 197 milhões, Ebitda de R$ 1,293 bilhão e receita de R$ 13,13 bilhões no trimestre.
O resultado levou as ações da BRF ao topo das maiores baixas do Ibovespa no dia. O recuo foi de 12,65%, a R$ 14,99.
Acompanharam a companhia de alimentos na queda as varejistas Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), que divulgam seus números após o fechamento do mercado. Com os ganhos de sete dias consecutivos, investidores promoveram uma realização de lucros antes de verificarem se o trimestre das empresas foi positivo ou negativo.
Americanas caiu 9,41%; Magalu perdeu 7,60%; e Via recuou 5,74%.
O dólar comercial teve um dia de forte alta, com avanço de 1,44%, a R$ 5,1582. Na máxima intradia, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,1713.
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