A venda do Denver Broncos este mês por US$ 4,65 bilhões (R$ 24,16 bilhões) foi um divisor de águas para a NFL não apenas por causa do valor recorde em dólares, mas por uma importante métrica financeira da transação: o valor da empresa pela receita. O múltiplo de 8,8 representou um aumento significativo em comparação com as duas vendas anteriores de equipes da NFL.
Os Broncos foram comprados pelo herdeiro do Walmart Rob Walton, 77 anos. A fortuna do bilionário, de sua filha Carrie e do marido dela, Greg Penner, é avaliada pela Forbes em US$ 58,7 bilhões (R$ 303,49 bilhões).
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O negócio representa um prêmio de 24% em relação ao valor que a Forbes atribuiu à equipe em 2021 e eleva as avaliações médias de equipes na liga em 28% este ano, para US$ 4,47 bilhões, deixando claro que os dias de barganha terminaram para a NFL.
Os investidores perceberam que o crescimento da receita da liga (31% nos últimos cinco anos), o teto salarial (48% da receita) e a lucratividade de dar água na boca (receita operacional média de US$ 146 milhões em 2021) exigem mais respeito.
Em 2018, David Tepper comprou o Carolina Panthers por US$ 2,28 bilhões (R$ 8,33 bilhões, segundo a cotação média do dólar naquele ano), um múltiplo de 5,8 vezes a receita. Quatro anos antes, Terry Pegula desembolsou US$ 1,4 bilhão (R$ 3,29 bilhões, segundo a cotação média do dólar naquele ano), apenas 5,6 vezes a receita, para adquirir o Buffalo Bills.
Durante os últimos anos, entre as quatro principais ligas esportivas norte-americanas, apenas as equipes da NBA mudaram de mãos em transações envolvendo múltiplos acima de sete. Joe Tsai pagou US$ 3,2 bilhões (R$ 11,69 bilhões), ou 10,5 vezes a receita, pelo Brooklyn Nets em 2018; Tilman Fertitta adquiriu o Houston Rockets por US$ 2 bilhões (R$ 6,38 bilhões), 7,4 vezes a receita, em 2017; e Steve Ballmer conquistou o Los Angeles Clippers por US$ 2 bilhões (R$ 4,71 bilhões), um múltiplo de 13,7, em 2014.
Embora as 32 equipes da NFL compartilhem igualmente pouco mais de 70% da receita relacionada ao futebol americano, a maré crescente de múltiplos não significa que todos as equipes tenham se valorizado. Times que podem alavancar suas marcas e estádios para aumentar a receita de camarotes, patrocínio, hospitalidade e eventos não relacionados à NFL em geral valem mais.
Exemplo: o Dallas Cowboys, que vale US$ 8 bilhões, está no topo da liga pelo 14º ano consecutivo e é o time norte-americano mais valioso de todos os esportes. Os Cowboys também são a primeira equipe a gerar mais de US$ 1 bilhão em receita graças, em grande parte, a uma série de patrocínios lucrativos, como um contrato de dez anos de US$ 200 milhões com a Molson Coors. Em 2021, os Cowboys arrecadaram mais de US$ 220 milhões em receita de publicidade e patrocínio do estádio próprio, mais que o dobro de qualquer outro time.
Quatro equipes – Chicago Bears, Buffalo Bills, Las Vegas Raiders e Cleveland Browns – se valorizaram mais de 40% no último ano.
Os Bears, de Chicago, são o único time da NFL no terceiro maior mercado do país, uma grande atração para um comprador rico que quer entrar na liga. Além disso, os Bears estão avaliando comprar um novo estádio no subúrbio de Arlington Heights (no estado de Illinois) ou uma fazer uma reforma no Soldier Field. Ambos os cenários acrescentariam muito dinheiro aos cofres da equipe.
Os Bills estão no segundo menor mercado da NFL, mas vão ganhar um novo estádio avaliado em US$ 1,4 bilhão financiado com dinheiro público.
Os Raiders, de Las Vegas, também se destacam. Em 2021, eles jogaram seu primeiro jogo com público no Allegiant Stadium e geraram a maior receita bruta de ingressos (US$ 78 milhões) da liga. O interesse em ver o time prata e preto continua forte: eles têm a maior demanda de ingressos no mercado secundário nesta temporada.
Os Browns têm uma das maiores taxas de venda da NFL para ingressos e assentos premium (camarotes e afins) e aumentaram os preços dos ingressos não premium em quase 60% nos últimos quatro anos, para uma média de US$ 130 (R$ 675,40). A equipe também está entre as cinco primeiras da NFL em taxas de renovação de ingressos para a temporada, com receita de camarotes e patrocínio aumentando mais de 25% no mesmo período.
Quanto valem os times da NFL em 2022?
1. Dallas Cowboys – US$ 8 bilhões
Valorização em um ano: 23%
Receita Operacional: US$ 465,9 milhões
Proprietário: Jerry Jones
2. New England Patriots – US$ 6,4 bilhões
Valorização em um ano: 28%
Receita Operacional: US$ 230,5 milhões
Proprietário: Robert Kraft
3. Los Angeles Rams – US$ 6,2 bilhões
Valorização em um ano: 29%
Receita Operacional: US$ 203,1 milhões
Proprietário: E. Stanley Kroenke
4. New York Giants – US$ 6 bilhões
Valorização em um ano:24%
Receita Operacional: US$ 177,9 milhões
Proprietários: John Mara, Steven Tisch
5. Chicago Bears – US$ 5,8 bilhões
Valorização em um ano: 42%
Receita Operacional: US$ 155,7 milhões
Proprietário: família McCaskey
6. Washington Commanders – US$ 5,6 bilhões
Valorização em um ano: 33%
Receita Operacional: US$ 130,3 milhões
Proprietário: Daniel Snyder
7. New York Jets – US$ 5,4 bilhões
Valorização em um ano: 33%
Receita Operacional: US$ 135,8 milhões
Proprietário: família Johnson
8. San Francisco 49ers – US$ 5,2 bilhões
Valorização em um ano: 25%
Receita Operacional: US$ 142,5 milhões
Proprietários: Denise DeBartolo York, John York
9. Las Vegas Raiders – US$ 5,1 bilhões
Valorização em um ano: 49%
Receita Operacional: US$ 116,5 milhões
Proprietário: Mark Davis
10. Philadelphia Eagles – US$ 4,9 bilhões
Valorização em um ano: 29%
Receita Operacional: US$ 144,8 milhões
Proprietário: Jeffrey Lurie
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Metodologia: Os valores de receita e lucro operacional (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) são da temporada 2021, líquidos da dívida de serviço do estádio. A dívida inclui débitos do time e do estádio com os proprietários das equipes. Empregamos o regime de caixa, em vez do regime de competência da contabilidade.
Os valores de cada equipe são valores da empresa (patrimônio líquido mais dívida líquida) e incluem a economia (receita não-NFL que é revertida para o proprietário da equipe) do estádio da equipe, mas não o valor do próprio estádio. As fontes desta reportagem incluem executivos de equipes, banqueiros esportivos e consultores de ligas da NFL, documentos públicos como contratos de aluguel de estádios e relatórios de classificação de crédito, além de executivos do setor de patrocínio e transmissão.
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