O Banco Central afirmou hoje (9) que a rentabilidade dos bancos no Brasil deve evoluir de forma moderada nos próximos períodos após rápida recuperação em 2021.
Em seu Relatório de Estabilidade Financeira, que leva em conta dados do segundo semestre do ano passado, o BC informou que suas análises indicam não haver risco relevante para a estabilidade financeira do país.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
“Testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados”, disse, acrescentando que o sistema financeiro mantém provisões adequadas, além de capitalização e liquidez confortáveis.
Segundo o relatório, o resultado de 2021 das instituições financeiras foi impulsionado por crescimento da margem de juros, redução das despesas com provisões e ganhos de eficiência. O retorno sobre o patrimônio líquido dessas empresas retornou a níveis pré-pandemia.
O BC afirmou que a margem de crédito foi pressionada pela alta nos juros, mas deve se beneficiar das concessões a taxas de juros mais altas e crédito mais rentável.
O documento apontou que após período de recuo, as despesas dos bancos com provisões líquidas estabilizaram no nível pré-pandemia e não devem favorecer o aumento da rentabilidade.
Em outro fator, o BC disse que as receitas de serviços dessas instituições devem crescer menos em 2022 porque a melhora da atividade econômica deverá ser mais fraca no ano.
Segundo a análise, a dinâmica das empresas no país mostra situação econômico-financeira melhorando, crédito bancário crescendo acima do ritmo pré-pandemia e materialização de risco em queda.
A autoridade monetária ressaltou que o risco fiscal elevado e o processo de aperto monetário em curso continuam impactando as condições financeiras atuais e, consequentemente, a atividade econômica corrente e futura.
O documentou mostrou que a confiança do mercado na estabilidade financeira permanece elevada, embora tenha recuado levemente.
“As instituições financeiras manifestaram preocupação com o risco fiscal e com a inflação doméstica, menor confiança na recuperação da atividade econômica e queda na disposição para tomar riscos”, disse.