Os responsáveis pelo tether, uma das maiores stablecoins do mundo em valor de mercado, afirmaram hoje (19) que as reservas da moeda somavam US$ 66,4 bilhões no final de junho, queda ante os US$ 82,4 bilhões apurados no final de março.
A declaração de reservas no site da stablecoin veio um dia depois que a empresa disse que contratou a companhia de contabilidade BDO Italia para certificar suas reservas e afirmou que pretende divulgar relatórios mensais até o final do ano.
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Stablecoins são um tipo de criptomoeda projetada para manter seu valor constante, como uma paridade de 1 para 1 com o dólar norte-americano, por exemplo. Elas são amplamente usadas em negócios com moedas digitais para transferência de valores entre diferentes criptomoedas ou para conversão em dinheiro tradicional.
Reguladores do mercado financeiro mundial já alertaram que stablecoins podem representam um risco para a estabilidade do sistema financeiro mais amplo.
A Tether diz que sua moeda retém valor por meio de reservas denominadas em dólares, que se igualam ou excedem o valor das moedas tether em circulação.
As reservas da Tether, de US$ 66,4 bilhões, excedem seus passivos de US$ 66,2 bilhões, disse a BDO Italia no comunicado.
Em junho, o diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino, disse em um tuíte que a empresa havia efetuado US$ 16 bilhões em resgates. Um colapso mais amplo do mercado de criptomoedas levou os investidores a trocarem suas posições em tether de volta para dólares.
“O relatório em si parece positivo para a Tether, porque reforça que provavelmente não há corrida bancária grande o suficiente para reduzir as reservas o bastante para que se tornem questionáveis”, disse Joseph Edwards, sócio de investimentos da Securitize Capital.
“A parte questionável do relatório é a nova mudança no auditor, especialmente porque o novo é uma empresa sem presença nos mercados de língua inglesa”, acrescentou Edwards. “Eles têm o direito de fazê-lo, mas isso fará pouco para silenciar os críticos.”
Representantes da Tether não puderam ser contatados de imediato para comentar o assunto. O site da empresa mostra que ela publicou auditorias assinadas por pelo menos cinco nomes diferentes desde 2017.
As participações da empresa em títulos do Tesouro dos Estados Unidos caíram para US$ 28,9 bilhões no segundo trimestre, disse o comunicado, uma queda de US$ 10,3 bilhões em relação aos US$ 39,2 bilhões que detinha no primeiro trimestre.
Os papéis comerciais e os certificados de depósito caíram para US$ 8,4 bilhões, mostrando uma queda de US$ 11,7 bilhões.
Ardoino também disse que a empresa reduzirá suas participações em papéis comerciais para US$ 200 milhões até o final de agosto e para zero até o final de outubro.
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