Caminhando para a sua quarta queda consecutiva, o Ibovespa iniciou a sessão de hoje (16) com recuo de 0,83%, aos 109.041 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O principal índice da Bolsa brasileira reflete o clima de aversão a risco no mercado externo.
Na véspera, o Banco Mundial disse que a economia global pode estar indo para uma recessão, à medida que os bancos centrais combatem agressivamente a inflação, enquanto o Fundo Monetário Internacional disse esperar uma desaceleração no terceiro trimestre.
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Além disso, as apostas de um grande aumento da taxa de juros do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) no encontro da próxima semana também têm abalado a confiança dos investidores globais.
Até o momento, a economia do país foi marcada por surpresas em importantes indicadores. Números de terça-feira (13) mostraram uma alta inesperada na inflação ao consumidor dos EUA, enquanto dados de ontem (15) informaram que as vendas no varejo do país subiram 0,3% em agosto, o que contrai expectativa de estabilidade.
Os pedidos de auxílio-desemprego no país caíram na semana passada, indicando força no mercado de trabalho da maior economia do mundo. Ambos os dados sustentam o cenário de resiliência tanto da inflação quanto da atividade econômica norte-americana.
Com isso, os mercados passaram a dar como praticamente certa a adoção de aumento de juro de 0,75 ponto percentual na reunião de quarta-feira (21) do Fed, com pequenas chances de haver ajuste ainda mais agressivo, de 1 ponto completo. Vale lembrar que juros mais altos na maior economia do mundo tendem a atrair capital para o mercado de renda fixa norte-americano, o que é benéfico para o dólar.
A moeda norte-americana sobe 0,74% frente ao real no início da sessão de hoje, a R$ 5,2776.
Os futuros de Wall Street caem mais de 1%. Às 10h20, o Dow Jones futuro recuava 1,17%, aos 30.708 pontos, o S&P 500 caía 1,28%, aos 3.869 pontos e o Nasdaq -1,34%, aos 11.847 pontos.
Por aqui, investidores também se atentam às discussões sobre os juros, já que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará reunião na semana que vem, nos dias 20 e 21, mesmas datas do encontro do Fed – nomeado como “Super Quarta”.
Nesta manhã, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou o segundo mês seguido de deflação em setembro, ainda refletindo o impacto da queda dos preços dos combustíveis, que têm acompanhado a retração das cotações internacionais.
O IGP-10 caiu 0,90% este mês, acima da deflação de 0,44% esperada por analistas em pesquisa da Reuters e também maior do que a queda de 0,69% do mês anterior, informou hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com o resultado, o índice passou a acumular avanço de 8,24% em 12 meses, um recuo em relação aos 8,82% registrados em agosto, que foi a primeira leitura de um dígito desde julho de 2020 (+8,57%).
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(Com Reuters)