O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (19) em queda de 0,63%, aos 108.591 pontos, por volta das 10h18 (horário de Brasília) e caminha para a sua quinta baixa consecutiva. O principal índice da Bolsa brasileira segue contaminado pelo mau humor externo, que aguarda a decisão de juros nos Estados Unidos.
Por aqui, investidores também esperam pela decisão de política monetária do Banco Central, já que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá amanhã (20) e na quarta-feira (21), mesmas datas do encontro do Fed – nomeado como “Super Quarta”.
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Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% e a maior parte dos mercados acredita na manutenção dos juros básicos no patamar atual, enquanto a outra acredita em um aumento de 0,25%.
“Já nos Estados Unidos, acreditamos em um aumento de 0,75 a 1 ponto percentual pelo Federal Reserve, após os últimos dados da economia norte-americana. Com isso, os mercados entram no modo de alerta com a possibilidade de vir uma sinalização mais forte da maior economia do mundo”, explica Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital.
Além de anunciar sua decisão de política monetária, o Fed também divulgará ao fim de seu encontro desta semana uma série de projeções econômicas, que incluirão sua visão para o patamar dos juros básicos ao fim do atual ciclo de aperto.
Nesse cenário, o Dow Jones futuro recuava 0,74%, aos 30.693 pontos, por volta das 10h20. O S&P 500 e o Nasdaq caíam 0,72% e 0,69%, respectivamente.
Em meio à fuga dos ativos de risco, o dólar iniciou mais uma sessão em alta. A moeda norte-americana subia 0,40% frente ao real, a R$ 5,2797.
Quanto mais agressivo for o Fed em seu encontro desta semana, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme os retornos da renda fixa norte-americana ficam mais atraentes e, ao mesmo tempo, crescem os temores de que condições muito restritivas nos EUA levem a economia a uma recessão.
Na Ásia, os mercados acionários também esperam pela decisão do Fed. Em Hong Kong, o índice Hang Seng encerrou o dia em queda de 1,04% e, em Seul, o Kospi recuou 1,14%. Em Taiwan, o Taiex teve queda de 0,39%. Na China, o Xangai registrou desvalorização de 0,35% e o Shenzhen caiu 0,76%. Já a Bolsa do Japão se manteve fechada por conta do feriado.
De volta ao cenário doméstico, analistas de mercado reduziram mais uma vez as projeções para a inflação neste ano e no próximo e elevaram a estimativa para o PIB em 2022, mostrou o Boletim Focus nesta manhã.
As estimativas apontam agora para alta de 6% do IPCA este ano, ante 6,40% há uma semana. O movimento reflete uma redução da projeção dos preços administrados no ano – para -4,16%, de -2,94% – e vem após na semana passada a Petrobras ter anunciado mais uma redução de preços, desta vez do gás de cozinha (-4,73%).
Para o ano que vem, os analistas veem um IPCA de 5,01%, abaixo dos 5,17% estimados há uma semana. Os prognósticos para 2022 e 2023 seguem acima do centro da meta para os dois anos –3,50% e 3,25%–, mas estão em redução constante há semanas, em meio à retração recente dos preços dos combustíveis no mercado internacional e após medidas de desoneração adotadas pelo governo no ano eleitoral.
A estimativa para a alta do PIB deste ano passou a 2,65%, de 2,39% antes, enquanto a projeção para o ano que vem foi mantida em 0,50%. O número para 2022 está em linha com o previsto pela equipe econômica do governo, de 2,7%. Para 2023, no entanto, o Ministério da Economia está bem mais otimista, vendo um crescimento de 2,5%.
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(Com Reuters)