O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (16) em queda de 0,61%, aos 109.280 pontos, e cravou o seu quarto dia consecutivo de desvalorização. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 3% na semana, refletindo o clima de aversão a risco que predomina no mercado externo.
Ontem (15), o Banco Mundial disse que a economia global pode estar caminhando para uma recessão, à medida que os bancos centrais combatem agressivamente a inflação. Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse esperar uma desaceleração no terceiro trimestre.
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A insegurança sobre as novas altas de juros por parte do Federal Reserve também causa temor nos mercados. As apostas de um grande aumento da taxa de juros do Fed no encontro da próxima quarta-feira (21) têm abalado a confiança dos investidores globais.
A inflação ao consumidor nos Estados Unidos (Consumer Price Index, CPI) de terça-feira (13) de 0,6% em agosto mostrou uma alta inesperada. Ontem (15) foi divulgada a informação de que as vendas no varejo americano subiram 0,3% em agosto.
Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 213 mil na semana passada, baixa de 5 mil pedidos em relação à semana anterior, indicando que o mercado de trabalho americano segue forte. Os dois indicadores, vendas e auxílio-desemprego, comprovam um cenário de resiliência.
“Nos Estados Unidos, acreditamos em um aumento de 0,75 a 1 ponto percentual pelo banco central agora. Com isso, os mercados entram no modo de alerta com a possibilidade de vir uma sinalização mais forte da maior economia do mundo”, explica Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital. Nesse cenário, o Dow Jones encerrou o dia em queda de 0,45%, aos 30.822 pontos. O S&P 500 e o Nasdaq caíram 0,72% e 0,90%, respectivamente.
O dólar subiu 0,38% contra o real, a R$ 5,2587, após sessão otimistas. Vale lembrar que juros mais altos na maior economia do mundo tendem a atrair capital para o mercado de renda fixa norte-americano, o que é benéfico para a moeda.
Na zona do euro, a inflação atingiu outro recorde de 9,1% em agosto, segundo o escritório de estatísticas da União Europeia, Eurostat, impulsionada pela disparada de preços de energia e alimentos.
No Brasil, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou o segundo mês seguido de deflação em setembro, ainda refletindo o impacto da queda dos preços dos combustíveis, que têm acompanhado a retração das cotações internacionais.
Por aqui, investidores também se atentam às discussões sobre os juros, já que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará reunião na semana que vem, nos dias 20 e 21, mesmas datas do encontro do Fed – nomeado como “Super Quarta”.
Na sessão de hoje, a maior queda do Ibovespa ficou para as ações de Natura (NTCO3). Os papéis recuaram 10,47%, a R$ 14,96, após a empresa afirmar que o processo interno de integração das operações na Natura&Co Latam continua, enquanto não conduz qualquer estudo para uma possível cisão da unidade Aesop ou venda da The Body Shop (TBS).
Em seguida aparecem a Cogna (COGN3), com recuo de 9,22%, e Yduqs (YDUQ3), com queda de 5,52%.
Já a maior alta foi do BB Seguridade (BBSE3), com valorização de 4,02%, a R$ 29,47.
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(Com Reuters)