Impulsionado pelos ganhos de Wall Street e pelo recuo da inflação, o Ibovespa registrou uma forte alta de 2,17% hoje (9), o suficiente para reverter as perdas do restante da semana e fechar os últimos quatro dias (teve feriado no meio de caminho) com 1,30% de valorização.
Na máxima, o índice de ações chegou aos 112,5 mil pontos, mas devolveu um pouco da alta e terminou a sessão aos 112.300 pontos, com mais de 80% das ações listadas fechando no azul. Somente os frigoríficos e os papéis de companhia de energia ficaram de fora dos ganhos.
A divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve um importante papel no desempenho do Ibovespa. O presidente do Banco Central havia sinalizado nesta semana que não descarta um aumento residual dos juros brasileiros no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom); depois do recuo da inflação, investidores voltaram a alimentar expectativas de que o ciclo de aumento da Selic esteja chegando ao fim.
O IPCA de agosto caiu 0,36%, melhor resultado para o mês desde 1998 e o quarto melhor da série histórica do IBGE, iniciada em 1980. É a segunda queda consecutiva do indicador, que já havia recuado 0,68% em julho.
Com o número de hoje, a inflação acumulada em 12 meses sai dos dois dígitos e vai a 8,73%. Em 2022, a inflação acumulada é de 4,39%.
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Para Igor Cavaca, head de gestão de investimentos da Warren, o dado não é tão positivo quanto parece, visto que o indicador apresentou comportamento pior do que o esperado em alguns componentes.
“A queda do índice segue tendo impacto expressivo decorrente da queda de preço dos combustíveis. Se não fosse a gasolina, o IPCA teria sido positivo”, diz Cavaca. Para ele, são esses detalhes que devem nortear as decisões do Copom em seu próximo encontro.
Por hoje, o efeito foi positivo no Ibovespa. Americanas (AMER3) foi quem mais teve valorização nas suas ações, com avanço de 9,31%. Outras varejistas beneficiadas foram Via (VIIA3), com alta de 6,89%, Natura (NTCO5), que ganhou 5,90%, e Alpargatas (ALPA4), que subiu 6,29%.
As mineradoras e siderúrgicas também foram destaques positivos. Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram para as máximas de duas semanas nesta sexta. Em Dalian, a alta foi de 3,7%, a US$ 103,92.
Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) protagonizaram os maiores ganhos na esteira da valorização da commodity, com altas de 7,81% e 8,87%. CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5) aparecem um pouco depois, com ganhos de 5,35% e 3,83%.
Os frigoríficos seguem repercutindo o noticiário de ontem, quando o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou um relatório no qual projeta uma queda drástica (-19%) nas importações de carne bovina pela China devido aos problemas internos do país.
Por ser um forte parceiro comercial do Brasil na importação de proteínas, as empresas se preocupam com a queda na demanda. BRF (BRFS3) e Minerva (BEEF3) tiveram as maiores quedas do Ibovespa, com recuos de 2,49% e 1,52%.
Em Nova York, o dia foi de apetite por ativos de risco. O Dow Jones avançou 1,19%, o S&P 500 ganhou 1,53% e o Nasdaq valorizou 2,11%, apoiado particularmente por ações de tecnologia.
Segundo os analistas, os investidores viram uma janela de oportunidade para entrar nos ativos antes da próxima divulgação de indicadores de inflação.
Na terça-feira (13) deve ser divulgada a inflação ao consumidor (CPI) de agosto, último dado a ser analisado pelo banco central dos EUA antes da reunião do comitê de política monetária que definirá o próximo aumento dos juros.
O dólar comercial recuou frente ao real e aos seus pares emergentes hoje. A moeda caiu 1,13%, a R$ 5,1476. Já a queda do índice DXY foi de 0,67%, a 108,97.
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