Os membros da Opep+ confiaram ao seu presidente, ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman al-Saud, o poder de intervir para estabilizar o mercado de petróleo por meio da convocação de uma reunião a qualquer momento, se necessário, disse à Reuters uma fonte do Golfo com conhecimento no assunto.
A Opep e seus aliados liderados pela Rússia concordaram nesta segunda-feira (5) com um pequeno corte na produção de petróleo visando elevar os preços que caíram devido aos temores de uma desaceleração econômica.
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Em outubro, os produtores de petróleo reduzirão a produção em 100.000 barris por dia (bpd), equivalente a apenas 0,1% da demanda global. O grupo também concordou em se reunir a qualquer momento para ajustar a produção antes da próxima reunião agendada para 5 de outubro.
A fonte disse à Reuters, porém, que essa flexibilidade vai além de outubro. “Os membros confiaram que o presidente pode intervir sempre que necessário para trazer mais estabilidade e isso pode ser além de outubro até o final do acordo (Opep+)”, disse a fonte.
Outra fonte da Opep disse que a decisão foi tomada para conter a volatilidade do mercado. “Os movimentos de preços para cima e para baixo estão aumentando a preocupação”, disse a fonte, acrescentando que o grupo não estava olhando para um determinado nível de preço em que se encontraria.
Os preços do petróleo subiam mais de US$ 2 o barril nesta segunda. Os futuros do Brent para entrega em novembro subiram para US$ 95,65 por barril, um ganho de 2,75%, às 13h46 (horário de Brasília). O petróleo WTI avançava 2,66%, para US$ 89,21.
A decisão de hoje representa apenas 0,1% da demanda global e essencialmente mantém o status quo, mas foi um importante declaração ao mercado, disse a fonte do Golfo. “O corte de hoje é simbólico e é para enviar uma mensagem ao mercado de que o grupo utilizará todas as ferramentas do seu kit para trazer estabilidade”, disse a fonte.
“A Opep+ está cautelosa com a volatilidade prolongada dos preços gerada pelo fraco sentimento macro, pouca liquidez e novos lockdowns na China, bem como a incerteza sobre um possível acordo EUA-Irã e esforços para criar um teto de preço ao petróleo russo”, disse Matthew Holland, da Energy Aspects.
A Arábia Saudita, principal produtor da Opep, sinalizou no mês passado a possibilidade de cortes na produção para lidar com o que enxerga como quedas exageradas dos preços do petróleo.
Sinais do mercado físico, no entanto, sugerem que a oferta continua apertada e muitos Estados da Opep estão produzindo abaixo das metas, enquanto novas sanções ocidentais estão ameaçando as exportações russas.
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