A chinesa Goldwind está em negociações adiantadas para instalar uma fábrica de turbinas eólicas no Brasil, com previsão de iniciar as entregas das primeiras máquinas em 2024, disse nesta quarta-feira um executivo da companhia.
A planta, cuja localização ainda não está definida, atenderá prioritariamente o mercado brasileiro, mas também poderá exportar equipamentos para outros países da América do Sul, segundo Roberto Veiga, gerente geral da Goldwind no Brasil.
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“Vamos começar a ofertar no mercado essa turbina já em meados de 2023”, afirmou Veiga a jornalistas após participar do evento Brasil Wind Power, acrescentando que as primeiras entregas deveriam se iniciar em 2024.
A companhia está conversando com os governos de três Estados do Nordeste – Ceará, Pernambuco e Bahia – para a instalação da fábrica.
“Nessa época de eleição isso está um pouco parado, acreditamos que depois que passar esse período eleitoral vamos ter a definição”, disse o executivo.
Ele não revelou o valor dos investimentos para trazer a fábrica ao Brasil, mas afirmou que se trata de um montante “considerável”.
Além de atender o mercado brasileiro de geração eólica, a planta poderá futuramente exportar para países da costa leste da América, “por questões de frete”. “A costa oeste fica com atendimento vindo da China”.
A Goldwind é a segunda maior fornecedora de turbinas eólicas do mundo, segundo ranking da BloombergNEF, e atua no mercado brasileiro desde 2016 com a prestação de serviços de operação e manutenção (O&M) de equipamentos.
Nos últimos anos, a chinesa começou a fechar fornecimento de suas próprias máquinas para projetos eólicos no Brasil, mas vem atendendo esses contratos através de importações.
A entrada da companhia com fabricação local –que possibilita melhores condições de financiamento aos geradores– representa um marco para a indústria eólica brasileira, que viu recentemente a saída da GE, um importante player mundial.
Veiga disse que as máquinas produzidas no Brasil terão potência de 6 a 7,8 megawatts (MW) e possuirão uma tecnologia que torna os equipamentos mais leves, demandando em seu processo de fabricação menor teor de materiais que tiveram forte alta de preços recentemente.
“Demos segurança aos nossos clientes e agora estamos começando a ofertar aos projetos de maneira crescente… Não queremos pegar o mercado de uma vez, vamos trabalhar para pegar confiança dos investidores”, afirmou Veiga.
A Goldwind já instalou mais de 86 gigawatts em turbinas eólicas pelo mundo, com ativos em 32 países e seis continentes.