Começar a investir no mercado financeiro é uma das melhores decisões que você pode tomar. Mesmo que tenha pouco dinheiro para investir, dê esse passo, pois é através dele que você conseguirá multiplicar seu patrimônio no longo prazo. Além disso, a disciplina de investir mensalmente, mesmo que uma pequena quantia, é que irá fazer toda a diferença em sua jornada financeira.
Eu sei que, para o investidor iniciante, muitos termos técnicos e expressões comuns do mercado podem parecer difíceis e causar alguma insegurança e hesitação. Entretanto, se você dedicar alguns minutos da sua semana para estudar os principais conceitos, irá perceber que o “economês” não é assim tão complexo e que boa parte dele é formada apenas por jargões da área, tal qual deve acontecer também em sua profissão.
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Com certeza, quando você iniciou sua vida profissional, também não compreendia inúmeros termos que, ao longo do tempo, foram se tornando parte de sua rotina. Se hoje você os compreende sem dificuldade, é porque foi se expondo a eles cotidianamente, não é mesmo?
Com as expressões do mercado financeiro não é diferente: quanto mais você ler e ouvir falar do assunto, maior será sua compreensão, pois dentro do contexto, muitos desses termos vão se tornando autoexplicativos.
O importante é começar e não se sobrecarregar com expectativas, afinal, você não precisa se tornar um expert em finanças, mas dominar os conceitos básicos que possibilitem fazer boas escolhas para sua carteira.
O que é mercado financeiro?
O mercado financeiro é a estrutura através da qual os agentes econômicos realizam negociações. Esses agentes são os investidores e os tomadores, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas. E o que as duas partes têm em comum é o fato de que ambos precisam de dinheiro para atender suas necessidades.
Tomadores são todos os que precisam tomar dinheiro emprestado no mercado para viabilizar seus negócios, enquanto investidores são aqueles que possuem dinheiro e têm o objetivo de rentabilizá-lo.
Para compatibilizar esses interesses, temos no mercado a figura de um terceiro agente econômico: o intermediário. São classificadas dessa forma as instituições financeiras cuja atividade é prover ambientes regulados e seguros para que tomadores e investidores possam negociar.
Na nossa economia, os principais intermediários são a B3 (bolsa de valores), os bancos e as corretoras de valores. Há outros, mas, para começar a compreender o ambiente dos investimentos, sugiro que você foque nesses três, que atuam no mercado de capitais.
A estrutura do mercado financeiro subdivide-se em quatro segmentos principais: crédito, câmbio, monetário e de capitais, cada um deles com funções específicas dentro do ecossistema, sendo que o mercado de capitais é o ambiente em que ocorrem as compras e vendas de ações, fundos imobiliários, CRI, CRA, títulos de renda fixa e etc. Ou seja: a sua jornada como investidor certamente começa neste segmento.
Como investir no mercado financeiro?
Apesar dos inúmeros nomes de produtos financeiros que você irá encontrar nas plataformas das corretoras e bancos, basicamente, há duas formas de investir: renda variável, em que você se torna sócio de algum negócio mediante a compra de cotas de participação ou renda fixa, em que você empresta seu dinheiro e, em troca, recebe os juros sobre o capital investido.
Sendo assim, quando você adquire um título do Tesouro Direto, CDB, CRI, CRA, Debênture, LCA, LCI ou LR por meio de sua corretora ou banco, isso significa que você emprestou seu dinheiro em troca de uma rentabilidade, que é o prêmio de risco sobre o investimento em renda fixa.
Por outro lado, se sua opção for a renda variável, ao comprar ações de uma empresa, você está se tornando sócio do negócio e, por isso, terá participação nos lucros, que são distribuídos aos acionistas em forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio (JCP).
Além disso, você também se beneficiará da valorização que essas ações terão ao longo do tempo. Seguindo a mesma lógica, se escolher fundos imobiliários – os FIIs – você vai receber os rendimentos que vêm dos aluguéis dos imóveis do fundo e ganhar com a valorização de suas cotas.
Existe ainda a opção de investir adquirindo cotas de fundos de investimento dos mais variados tipos: fundos cambiais, fundos de ações (FIA), fundos multimercado (FIM), fundos de índices (ETF), entre outros.
A opção de investir em fundos é uma forma de terceirizar para um gestor experiente a escolha de investimentos dessas duas categorias que mencionei anteriormente. Ou seja, conforme o regulamento do fundo, o gestor irá definir se usará o capital para emprestar dinheiro no mercado ou para comprar participações em empresas, através das ações, ou em imóveis, por meio das cotas de fundos imobiliários.
Perceba que o raciocínio básico é simples, o que muda é a forma como você define realizar seus investimentos. Entender essa lógica de mercado ajudará você a identificar o que faz mais sentido dentro da sua dinâmica de vida e dos seus objetivos financeiros.
Invista tempo em você
Lembre-se sempre que o primeiro passo é investir em conhecimento, definir suas metas e fazer um planejamento realista para alcançá-las. Além disso, vale a pena dedicar algum tempo a se conhecer e analisar, com total transparência, a forma como se relaciona com dinheiro.
Mais importante do que a quantia inicial para começar seus investimentos é o uso inteligente que você faz do seu tempo para compreender como ganha e como gasta seu dinheiro, identificando, assim, os padrões de comportamento que podem estar atrasando sua evolução patrimonial.
Cada ciclo econômico tem suas peculiaridades e boas oportunidades no mercado de capitais surgem todos os dias. Para aproveitá-las, é preciso se organizar, estudar e ter clareza quanto às suas metas, e isso você só consegue quando dedica tempo a si mesmo.
Se você está começando do zero e ainda não sabe nada desse assunto, sugiro a série que está no meu canal do Youtube: Mira no Básico. São 6 aulas gratuitas, com mais de dez horas de conteúdo, em que ensino o essencial que todo investidor iniciante precisa conhecer. Espero você lá!
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.
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