Uma das estratégias mais consagradas dos investimentos em ações é comprar papéis de empresas que pagam bons dividendos. Há várias abordagens possíveis, como escolher as ações que tradicionalmente remuneram bem seus acionistas, ou optar por aquelas que apresentaram resultados exuberantes e devem registrar bons lucros.
As melhores pagadoras de dividendos costumam ser empresas maduras, sem dívidas, com posições consolidadas em seus mercados e capazes de gerar um caixa maior que suas necessidades de reinvestimento.
Bons rendimentos
Além de boas pagadoras de proventos, como dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JCP), elas são menos arriscadas que a média do mercado. Prova disso é o comportamento de dois índices de ações na B3. Nos 12 meses até terça-feira (11), o Ibovespa subiu 2,4%. E o Idiv, índice de ações dedicado às boas pagadoras, valorizou-se 9,1%, quase o quádruplo do Ibovespa.
O que é mais eficiente, comprar as ações diretamente ou investir nos fundos? A resposta depende do prazo do investimento, do valor disponível para investir e do grau de conhecimento do investidor.
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Segundo Guilherme Gentile, head de análise da Dividendos.Me, a compra direta oferece algumas dificuldades. Entre elas, a escolha das ações. “Muitos investidores simplesmente escolhem as ações observando as empresas que tiveram bons desempenhos nos exercícios anteriores, sem projetar o desempenho futuro”, diz ele. “Em alguns casos, o resultado deveu-se a eventos extraordinários ou não-recorrentes, que não necessariamente vão se repetir no futuro.” Por isso, é preciso saber o momento de entrar no mercado, e a hora certa de sair dele.
Outra dificuldade é a escala. A montagem de uma carteira de ações cujos dividendos façam diferença requer um investimento de pelo menos algumas centenas de milhares de reais, o que não está disponível a todos os investidores. Com isso, fica mais difícil colocar em prática a diversificação e o balanço das carteiras.
Fundos x ações
Os fundos solucionam algumas dessas dificuldades. Cabe ao gestor escolher os ativos e o momento de compra e o de venda. É ele que tem de acompanhar diariamente as oscilações do mercado. Além disso, o fundo consegue obter escala para reinvestir os proventos recebidos com mínimos custos de transação diz Fernando Camargo Luiz, sócio da gestora de recursos Trópico Investimentos. “O gestor também pode fazer o fundo lucrar com operações de aluguel de ações, em taxas melhores do que aquelas oferecidas às pessoas físicas”, diz ele. Luiz é responsável pela gestão do Trópico Schweitzer DIV FIA um fundo de dividendos para investidores não qualificados.
Segundo Luiz, investir nas boas pagadoras de dividendos por meio de fundos reduz os riscos das empresas de crescimento, as chamadas “growth stocks”, que precisam de investimentos pesados, e também evitar os riscos das empresas cujas cotações estão descontadas por alguma incerteza do mercado. Os fundos oferecem uma desvantagem. O ganho do investidor é tributado em 15%, algo que não ocorre com os dividendos das empresa. Porém, muitas companhias pagam proventos na forma de JCP, o que anula a desvantagem dos fundos.
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